Sete mil pessoas marcham em Brasília contra mercantilização da água

Contaminação e envenenamento das águas, destruição das nascentes e rios e ataques violentos aos povos e seus territórios são consequências da privatização

Na quinta-feira (22), no Dia Mundial da Água, mais de sete mil pessoas marcharam em Brasília contra a mercantilização da água e em defesa da soberania popular.

A manifestação marcou o encerramento do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA2018), que reuniu trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, das águas e das florestas, representantes de povos originários e comunidades tradicionais, articulados em 450 organizações nacionais e internacionais de todos os continentes.

Os manifestantes saíram do Parque da Cidade, atravessaram o eixo monumental, passaram pelo local do 8º Fórum Mundial das Águas – Fórum das Corporações – e foram até a porta da Rede Globo para denunciar que a água é um bem público e não pode ser tratada como mercadoria pelos golpistas.

“Percorremos quase quatro quilômetros denunciando a intenção das grandes corporações, do governo federal, do agronegócio, do mercado financeiro que querem nossa água para transformá-la em mercadoria sem se importar com vidas e com a natureza”, contou o secretário Nacional do Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio, que destacou: “também denunciamos a mídia que contribuiu fortemente para o golpe e agora defende a entrega das nossas águas”.

A pluralidade das discussões do FAMA 2018 resultou num documento final que contou resumidamente como foram as atividades e os debates na capital federal e apresentou propostas sobre o tema.

“Nosso projeto para as águas tem na democracia um pilar fundamental. É só por meio de processos verdadeiramente democráticos, que superem a manipulação da mídia e do dinheiro, que os povos podem construir o poder popular, o controle social e o cuidado sobre as águas, afirmando seus saberes, tradições e culturas em oposição ao projeto autoritário, egoísta e destrutivo do capital”, diz trecho do documento, que será entregue aos governantes locais e ao Congresso Nacional.

O documento também denuncia as consequências das privatizações para a população, como o aprofundamento das desigualdades, a contaminação e envenenamento das águas, a destruição das nascentes e rios e ataques violentos aos povos e seus territórios.

Para a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, que apresentou o documento no ato de encerramento, o FAMA 2018 foi um dos eventos mais importantes que aconteceu neste último período sobre o tema e destacou que a unidade dos diferentes povos enriqueceu o debate e a luta mundial a favor da água como direito.

“O resultado desse encontro apontou para a luta de enfrentamento nos países de todas as regiões do planeta para defender a água como um bem público, pertencente ao povo”, disse Carmen.

Para o secretário Nacional do Meio Ambiente, Daniel Gaio, “a luta contra a mercantilização da água não termina com encerramento do FAMA 2018, pelo contrário, a luta será ainda maior”.

“A CUT colocará a pauta em defesa da água como direito como uma das prioridades de luta. Defender a água é defender os direitos e a vida dos brasileiros e das brasileiras e a CUT está nas ruas para lutar pela classe trabalhadora”.

Fonte: CUT

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