Diretores do sindicato falam sobre o papel social dos bancos públicos na RádioCom

Direção do Sindicato entende que defender os bancos públicos é defender a soberania nacional e criar pontes do Governo com aqueles que mais precisam de auxílio

Os diretores Lucas da Cunha, Marlise Souza e Raquel Gil estiveram representando o Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região em entrevista concedida ao Programa Contraponto, da RádioCom, nesta última segunda-feira, dia 11 de dezembro, e explicaram qual o papel social dos bancos públicos para o desenvolvimento do país.

Ao falar sobre como a Caixa Econômica Federal atua junto aos governos de turno, o diretor Lucas da Cunha enfatizou que a Caixa é o principal instrumento do Governo Federal para a consolidação de políticas públicas. “Diferente da maior parte das instituições financeiras que têm o lucro como seu objetivo principal, a Caixa é uma ferramenta que o Governo possui para chegar até as pessoas”, ressaltou. O dirigente sindical que é, também, funcionário da Caixa, enfatizou que, embora o banco venha apresentando resultados positivos do ponto de vista do lucro gerado, este não é um indicador mais importante a ser observado.

“É importante observar a qualidade do serviço que vem sendo prestado, os programas sociais, as linhas de crédito – estas diversas atividades que a Caixa pode promover, sendo o maior banco público de toda a América Latina, com 150 milhões de clientes. Então é evidente que o seu maior protagonismo se constrói na medida em que atua, junto ao Governo Federal, fazendo as políticas públicas chegarem a quem mais precisa”, ressaltou.

“No caso do Banco do Brasil (BB), a gente tem um diferencial, porque ele não é um banco totalmente público. É uma sociedade de economia mista”, ressalta a diretora Marlise Souza, que é funcionária do BB. “Vale lembrar que 51% das ações do BB, hoje, pertencem ao Governo Federal, e 49% pertencem a diferentes acionista. Isso, na verdade, muda o modelo de gestão, já que os acionistas querem apenas ter lucro. Então, já faz algum tempo que o Banco vem tentando manter um equilíbrio entre os interesses privados e o interesse público”, explica a dirigente sindical.

Ao comparar a atuação do BB e da Caixa, durante a Pandemia, Marlise lembra que, no caso da Caixa, o horário de expediente se estendia até atender a última pessoa que estava na fila para receber o auxílio e fundo de garantia, o que funcionou de forma diferente no Banco do Brasil, cuja atuação se manteve mais voltada para o Agro, com enfoque nos grandes produtores. “Durante os governos Lula e Dilma foi possível perceber uma mudança expressiva nesta política do Banco, com os agricultores e produtores rurais familiares recebendo várias linhas de crédito. Mas, nos últimos seis anos – o que inclui a Pandemia -, tivemos um retrocesso neste papel social do Banco do Brasil, porque voltou a ter como prioridade os grandes produtores rurais, deixando uma margem mínima de operação para os pequenos; isso, inclusive, levou muitos deles a desistirem deste trabalho”, contextualizou Marlise.

Ao contribuir com a análise dos colegas, a diretora Raquel Gil de Oliveira, que também atua como dirigente sindical junto à Fetrafi-RS, afirmou que o papel do Banrisul, enquanto banco público, é importante não apenas para o Estado, mas para o país como um todo. “O Banrisul é um banco estadual, mas abarca as políticas do governo do Rio Grande do Sul e do Governo Federal, muitas delas em conjunto. Por isso, considero lamentável que muitos Estados tenham feito a opção por privatizar os seus bancos estaduais. É muito caótico, para estas regiões, não ter um banco estatal de desenvolvimento, que possibilita que se leve as políticas públicas a todas as cidades, inclusive os municípios menores”, ressalta.

Ao alertar para o compromisso do Banrisul com o interesse público, Raquel chama a atenção para o papel que o Banco desempenha não só no setor rural, junto ao pequeno agricultor, mas também junto ao pequeno comerciante. “Os grandes bancos não olham para os pequenos. Eles captam os recursos para gerar um investimento privado para o Estado de São Paulo. Isso prejudica o deselvolvimento do nosso Estado. Seria importante que a população gaúcha tivesse este conhecimento, de que, ao colocar dinheiro em um banco privado, está mandando investimento para um outro Estado e não para o Rio Grande do Sul”, salienta a dirigente sindical.

Dutrante toda a entrevista, os três dirigentes sindicais ressaltaram a importância de fortalecer os bancos estatais, com o objetivo de ter um retorno deste investimento para a própria população. Pensando em avançar nessta proposta, na última sexta-feira (8) diretores do Sindicato estiveram participando do “Fórum de debates sobre papel público no sistema financeiro gaúcho”, que ocorreu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a partir de uma proposição do deputado Miguel Rossetto (PT). Na oportunidade, teve destaque a reflexão sobre o futuro do Banrisul, devido às constantes ameaças de privatização.

Redação: Eduardo Menezes / SEEB Pelotas e Região

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