Bancários participam de ato contra Projeto da Prefeitura que autoriza a entrega da Associação Rural para iniciativa privada

Ao lado de dirigentes de outras entidades sindicais, os diretores do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região manifestaram repúdio ao Projeto da Prefeitura

A última sexta-feira (17) foi de muita mobilização em Pelotas. Dezenas de trabalhadores estiveram se manifestando, em frente à Associação Rural, repudiando o Projeto da Prefeitura que visa entregar este espaço para que gere lucros à iniciativa privada. O terreno, que foi cedido pelo Município ainda no ano de 1959, não está mais sendo utilizado para os fins que determinaram a sua doação, levando a uma série de questionamentos por parte do movimento sindical. Os dirigentes sindicais entendem que a venda do terreno, hoje, não pode ser realizada com o intuíto de atender a interesses privados, devendo resultar, prioritariamente, em um bom retorno financeiro para os cofres públicos.

Ao questionar se o dinheiro da venda do terreno deve ir para os cofres da Associação Rural ou do Município, a vereadora Carla Cassais (PT) chamou a atenção para a necessidade de esclarecer a população sobre o objetivo do Projeto, sobretudo em um momento em que a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) alega dificuldades nas contas do Município para honrar o salário dos servidores e manter serviços básicos.

“Trata-se de um terreno muito valorizado, que deve ser devolvido para a Prefeitura, porque não tem mais o uso de quando foi doado. A gente defende que esse terreno seja, de fato vendido, porque não está mais em uso público, e sim em uso de uma Associação. Mas como que uma Associação vai usufruir desse valor enquanto nós vivemos o caos na cidade de Pelotas?” Este foi o questionamento da vereadora, ao lembrar que o espaço utilizado pela Associação Rural está avaliado em R$100 milhões de reais.

Bancários mobilizados em defesa do interesse público

A indignação é compartilhada pela direção do Sindicato dos Bancários, que se fez presente em bom número no ato da última sexta-feira. Ao questionar o que o Município irá ganhar em troca de ceder este terreno para a iniciativa privada construir um empreendimento imobiliário no local, a diretora do Sindicato, Marlise Souza, explica a importância da população se inteirar sobre o Projeto da Prefeitura.

“Provavelmente vamos ouvir dizer que vai ter geração de emprego, geração de renda, isso enquanto o empreendimento estiver em construção. Mas não sabemos muitas coisas. Não sabemos se toda mão de obra vai ser de Pelotas. Não sabemos se o material vai ser comprado aqui, o que é pouco provável. Depois que estiver pronto, as unidades vão ser vendidas e quem comprar vai pagar IPTU para a Prefeitura, mas é só isso? Porque para uma cidade que está muito empobrecida pode parecer muito, mas, na verdade, é muito pouco”, avalia a dirigente sindical.

Marlise questiona, sobretudo, a avaliação da Prefeitura em querer ceder o terreno justamente, no atual contexto, em que a Prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) diz estar sem condições de pagar a folha dos seus funcionários. “Esse terreno vale muito dinheiro. Teria que ter mais alguma contrapartida, além da geração de emprego e de renda e, futuramente, o pagamento do IPTU. Seria preciso dispor de um valor, agora, para injetar no caixa do Município”, opina.

Na avaliação da diretora do Sindicato, é inevitável que as pessoas fiquem se questionando sobre como está sendo conduzido este processo. “Não seria mais uma maneira que o PSDB tem de governar, entregando o nosso patrimônio, privatizando, pasando adiante coisas que seriam de responsabilidade do governo e, geralmente, beneficando alguém que é amigo de quem está no poder? A gente vê essa forma de atuação desde o governo Yeda, passando pelo governo Leite, também, aqui, em Pelotas, em todas as gestões tucanas”, avalia.

Redação: Eduardo Menezes / SEEB Pelotas e Região

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