Caixa publica normas para trabalho remoto e impõe perda de direitos

Fim da jornada de seis horas, contratos por metas e custos do trabalho nas costas do empregado estão entre as armadilhas do modelo de trabalho remoto lançado pela Caixa

A Caixa publicou no início de junho as normas do Programa de Novos Modelos de Trabalho (RH 226). O normativo evidencia o que já é característico do trabalho remoto: imposição de metas, fim da jornada de seis horas e custos operacionais na conta dos trabalhadores. Os empregados que se submeterem a uma das modalidades terão obrigatoriamente que assinar um aditivo de modificação do contrato de trabalho. Essa é uma das mais graves ameaças aos direitos conquistados pelos bancários e bancárias, ao impor, por exemplo, o fim da jornada de seis horas.

De acordo com a RH 226, o direcionamento do programa é todo por metas. O alcance das metas estabelecidas pela Caixa, inclusive, é pré-requisito para a seleção das unidades e empregados para o programa. Além disso, os trabalhadores remotos não precisarão registrar ponto no Sipon – todo o controle do trabalho será por meio de metas, definidas pelo gestor.

Custos

Para trabalhar em casa, o empregado deve atender a exigências da Caixa,que incluem iluminação e mobiliários adequados, climatização, equipamentos, limpeza, entre outras. Todos os custos com aquisição e manutenção da estrutura física e tecnológica ficarão nas costas dos empregados. Dessa forma, a Caixa acaba exigindo dos trabalhadores remotos um padrão para o local de trabalho, que, muitas vezes, não existe nem nas agências do banco.

Mobilidade

Dentre as ciladas do programa está ainda a categoria Mobilidade Caixa, em que os trabalhadores podem ser realocados para atender demandas em outras agências. A estratégia permitirá à Caixa burlar a escassez de empregados nas agências e reduzir as substituições de funções, já que o banco poderá ter bancários disponíveis apenas para substituir ausências ou atender demandas momentâneas.

O trabalho remoto é ainda um ataque à organização dos trabalhadores. A atuação remota dos bancários impõe barreiras para o acesso das entidades representativas à categoria e gera uma fragmentação da unidade.

Com informações Sindicato dos Bancários do Espírito Santo

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