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Caixa não apresenta proposta e impasse sobre Saúde Caixa continua
Na semana em que foi realizada grande mobilização nacional em defesa do Saúde Caixa, como o Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa, a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e representantes do banco voltaram a se reunir na última sexta-feira (19), para mais uma mesa de negociação sobre o plano de saúde e outros temas relevantes sobre os direitos dos trabalhadores. O diretor do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região, Lucas Cunha, participou das negociações.
O encontro, realizado presencialmente em Brasília (DF), teve como foco o cenário atual do plano, os desafios para sua sustentabilidade e a cobrança por uma proposta concreta por parte do banco, que, até o momento, não apresentou nenhuma para resolver o impasse. “Fomos para essa mesa de negociação com uma grande expectativa que a Caixa faria isso, apresentaria uma proposta para que a gente pudesse negociar a renovação do Acordo Coletivo do Saúde Caixa e é frustrante que o banco mantenha novamente uma postura intransigente”, explica Lucas.
“Após uma uma primeira proposta as negociações demandam, normalmente, bastante esforço para a gente conseguir fechar o acordo, então a gente espera que a Caixa na próxima reunião apresente uma proposta e que essa proposta possa contemplar todas as reivindicações do movimento sindical. Em especial o reajuste zero, que possa apontar um horizonte para queda do teto na folha de pagamento, a inclusão dos empregados pós 2018 com benefício de levar o Saúde Caixa para aposentadoria e também melhorias para a rede de atendimento”, complementa o dirigente sindical.
Após finalmente ter acesso aos dados, a empresa atuarial contratada pela representação dos empregados apontou cenários atuariais onde o aumento da participação da Caixa para 70%, mantido a premissa de não reajuste para os empregados, o plano voltaria a apresentar superávits nos anos de 2026 e 2027. Dados compilados pela Comissão Executiva dos Empregados mostram que, o modelo de custeio atualmente vigente é insustentável a longo prazo. Por outro lado, se a Caixa tivesse preservado o modelo 70/30 nos últimos três anos, o plano teria se mantido equilibrado e registrado superávits.
Os representantes dos empregados reafirmaram que não aceitarão propostas que alterem os princípios do plano, como solidariedade, mutualismo e pacto geracional, e cobraram que a Caixa retome a proporção histórica de financiamento 70/30, bem como um aporte imediato do banco para garantir reajuste zero em 2025.
Na reunião, a Caixa voltou a expor dados atuariais que apontam o envelhecimento acelerado da população atendida pelo plano. Segundo a Caixa, atualmente, quase 30% dos beneficiários têm mais de 59 anos, percentual que pode chegar a 40% até 2030, além do crescimento contínuo das despesas assistenciais.
Ainda de acordo com os representantes do banco, a combinação desses fatores, aliada ao modelo de custeio vigente, gera riscos de seleção adversa e déficits crescentes nos próximos anos. A instituição reiterou medidas já implementadas, como auditoria e segunda opinião em procedimentos de alto valor, fortalecimento da telemedicina, credenciamento direto de materiais e fornecimento direto de medicamentos oncológicos, ações que, segundo a apresentação, já resultaram em economia expressiva.
A Caixa alegou que apresentará proposta sobre o Saúde Caixa em até, no máximo, 15 dias, em nova rodada de negociação. Na próxima quinta-feira, 25 de setembro, os representantes dos empregados convocam para uma nova mobilização e mais um Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa.
Mais informações
Dirigentes seguem reunidos avaliando a mesa sobre condições de trabalho (garantias para caixas e tesoureiros, PLR, home office, fechamento de agências, SuperCaixa) e os próximos passos de mobilização para a próxima semana.
Fonte: Com informações da Contraf-CUT
Foto: Augusto Coelho/Fenae