Dia Mundial do Meio Ambiente: um chamado urgente à ação coletiva pelo planeta
Celebrado em 5 de junho, data reforça importância da preservação ambiental e da participação de todos na construção de um futuro sustentável
Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972, o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, é mais do que uma data simbólica: é um convite global à reflexão e à ação. Em 2025, o tema escolhido pela ONU é “Nossa terra. Nosso futuro. Nós somos #GeraçãoRestauração”, destacando a urgência de restaurar ecossistemas e combater as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade.
A crise ambiental que enfrentamos — marcada por desmatamento, poluição, degradação do solo, escassez de água e eventos climáticos extremos — exige respostas concretas de governos, empresas e da sociedade civil. No entanto, a transformação necessária depende, sobretudo, da mobilização coletiva.
Por que essa data é importante?
O Dia Mundial do Meio Ambiente surgiu durante a Conferência de Estocolmo, marco da consciência ambiental internacional. Desde então, tornou-se o principal momento de engajamento da ONU em prol do meio ambiente, mobilizando mais de 150 países todos os anos em campanhas de conscientização e ações práticas.
O desafio da restauração
Segundo a ONU, restaurar ecossistemas degradados é uma das estratégias mais eficazes para combater a pobreza, aumentar a resiliência climática e proteger a biodiversidade. Isso pode ser feito por meio do reflorestamento, da recuperação de áreas urbanas verdes, da proteção de nascentes e da promoção de práticas agrícolas sustentáveis.
O papel de cada um
Cada pessoa pode contribuir para um mundo mais equilibrado. Pequenas atitudes cotidianas — como economizar água e energia, separar o lixo corretamente, reduzir o consumo de plástico e valorizar produtos sustentáveis — fazem diferença. Empresas também têm papel essencial, adotando políticas de responsabilidade ambiental e promovendo uma economia de baixo carbono.
Brasil: riqueza e responsabilidade
O Brasil, que abriga a maior parte da Floresta Amazônica e uma das maiores biodiversidades do planeta, ocupa uma posição estratégica na luta ambiental. Proteger nossas florestas, rios e biomas é não só um dever ecológico, mas também uma forma de preservar culturas tradicionais, garantir segurança hídrica e manter nossa economia em funcionamento.
O futuro é agora
O planeta enfrenta um ponto de inflexão. Não há mais tempo para discursos vazios ou promessas adiadas. O Dia Mundial do Meio Ambiente deve ser um marco de engajamento verdadeiro, em que cada gesto individual se soma a ações coletivas, pressionando por mudanças estruturais e políticas públicas eficazes.
Como nos lembra o tema deste ano: “Nós somos geração restauração”. Que essa geração seja, de fato, a que vira o jogo em favor da vida.
Para Elaine Cutis, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, o enfrentamento da crise ambiental também passa pelas relações de trabalho e pela atuação sindical. “Não existe justiça ambiental sem justiça social. O movimento sindical tem um papel estratégico na defesa de um modelo de desenvolvimento que respeite os limites do planeta e garanta dignidade para os trabalhadores. No Dia Mundial do Meio Ambiente, reafirmamos nosso compromisso com a sustentabilidade, com a transição ecológica justa e com a construção de uma sociedade que coloque a vida — humana e ambiental — acima do lucro.”
Protestar é preciso
O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, foi lembrado por Rosalina Amorim, secretária do Meio Ambiente da CUT, como um momento estratégico para mobilização social para pressionar a Câmara dos Deputados, onde o projeto se encontra agora para aprovação. “Não é um dia para comemorar, mas para denunciar esse projeto, que pode representar o maior retrocesso ambiental das últimas décadas. O país não pode aprovar um texto que desestrutura a proteção ambiental justamente quando o mundo estará olhando para o Brasil na COP30”, afirma.
Em meio à emergência climática e aos compromissos internacionais do Brasil, especialistas e organizações ambientais alertam: a urgência por eficiência no licenciamento não pode comprometer os fundamentos da proteção ambiental, sob risco de comprometer não só o meio ambiente, mas também a segurança jurídica, a estabilidade institucional e os direitos fundamentais da população brasileira.
Para barrar o avanço do projeto, Rosalina defende ampla mobilização da sociedade. “Precisamos pressionar o Congresso e abrir um debate público qualificado. A luta popular é a única alternativa real para impedir que esse projeto siga como está. Somente com mobilização conseguiremos sensibilizar os parlamentares”, afirma.
Protestos já começam a ganhar corpo
No último dia 1º de junho, as cidades de Manaus, Belém, Santarém, João Pessoa, Salvador, Maceió, Aracajú, Teresina, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, entre outras, realizaram protestos contra a proposta. “Foi um dia nacional de luta. Estamos em diálogo com organizações e movimentos sociais para ampliar essa mobilização e incluir novas datas de protesto”, diz
Rosalina defende a continuidade da mobilização. “Só com pressão popular conseguiremos barrar esse projeto ou alterar seu conteúdo. A sociedade precisa estar atenta, pois os danos afetam a todos.”
Para ela, “o Dia Mundial do Meio Ambiente deve ser usado para fortalecer a luta em defesa do planeta. É preciso levar essa pauta a todos os espaços — no trabalho, na comunidade, onde for possível — para construir uma sociedade mais consciente e comprometida com a proteção ambiental”.
Elaine Cutis, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, completa. “O futuro não é apenas um destino — é algo que construímos hoje, com consciência e ação coletiva. Participar da Marcha do Clima e de outras iniciativas voltadas à pauta ambiental é levantar a voz por um mundo mais justo, por ar puro, por florestas preservadas e por um amanhã onde todas as vidas sejam respeitadas. Cada passo dado nas ruas representa um avanço concreto em direção à mudança que queremos ver. O clima não é só uma questão ambiental — é uma questão de saúde pública, de justiça social, de sobrevivência e de esperança. Estar presente nessas ações não é apenas um ato de protesto, mas um compromisso com o futuro do planeta e das próximas gerações.”
Fonte: Contraf-CUT