Casa da Moeda decide demitir trabalhadores com mais de 70 anos e gera revolta entre funcionários e entidades sindicais

Trabalhadores fazem paralisação de 24 horas contra decisão arbitrária da estatal

Trabalhadores da Casa da Moeda do Brasil realizam nesta quinta-feira (5) uma paralisação de 24 horas em protesto contra a decisão da empresa de demitir todos os funcionários com 70 anos ou mais. A mobilização acontece na portaria da estatal, no Rio de Janeiro, e foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Moedeiros em defesa dos direitos dos companheiros atingidos por mais essa medida cruel da atual gestão.

A direção da Casa da Moeda comunicou que pretende desligar todos os trabalhadores com 70 anos ou mais, seguindo uma orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST). A medida, que afeta diretamente funcionários com décadas de dedicação e compromisso com a estatal, foi duramente criticada pelo Sindicato Nacional dos Moedeiros, que classificou a decisão como cruel, excludente e juridicamente questionável.

Segundo o sindicato, a decisão desrespeita princípios básicos de dignidade, humanidade e reconhecimento, ignorando o valor da experiência acumulada ao longo dos anos e tratando os trabalhadores como números descartáveis. “É um claro exemplo de etarismo institucionalizado, que desconsidera o papel social que uma empresa estatal deve cumprir”, afirma a entidade.

O sindicato também destaca que os trabalhadores atingidos não terão sequer a possibilidade de aderir ao próximo Plano de Demissão Voluntária (PDV), o que evidencia a falta de sensibilidade e a intransigência da atual gestão da empresa — a mesma que, em 2018, promoveu a demissão sumária de 212 trabalhadores.

Entre os atingidos estão moedeiros e moedeiras que foram anistiados pelo Governo Lula, mas ainda não tiveram seu tempo de contribuição reconhecido, o que os impede de requerer aposentadoria. A medida, portanto, impõe um duplo prejuízo: o desligamento forçado e a negação do direito à aposentadoria.

A assessoria jurídica do Sindicato Nacional dos Moedeiros já está atuando para garantir os direitos dos trabalhadores e tentar barrar essa medida arbitrária. A entidade reforça que utilizará todos os instrumentos legais e políticos disponíveis para manter os empregos e assegurar que os trabalhadores sejam tratados com o respeito que merecem.

Além da ofensiva contra os trabalhadores mais velhos, a gestão da Casa da Moeda vem acumulando decisões lesivas aos direitos da categoria, como:

  • Recusa em discutir a atualização do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS);
  • Congelamento das progressões com impacto de apenas 0,17%;
  • Desequilíbrio no custeio do plano de saúde, com maior ônus para o trabalhador;
  • Descumprimento da CLT quanto ao direito à hora reduzida.

Mobilização crescente

Antes da paralisação desta quinta-feira, os trabalhadores já haviam se reunido na última segunda-feira (3), em um ato extraordinário no espaço conhecido como “Pé da Árvore”, na Cinelândia, para debater coletivamente os próximos passos da luta.

A Contraf-CUT se solidariza com os trabalhadores da Casa da Moeda e repudia qualquer tentativa de desmonte dos direitos trabalhistas, especialmente aos mais experientes, que ajudaram a construir a história da empresa.

Fonte: Contraf-CUT

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