Fetrafi-RS reativa coletivo de saúde

Nesta terça-feira, 6 de dezembro, foi realizada a primeira reunião de reativação do Coletivo de Saúde da Fetrafi-RS. O grupo, formado por representantes dos sindicatos filiados, incluindo o SindBancários, vai trabalhar em diversas frentes – cultura e lazer, justiça e estatísticas e institucional – para promover as bases do atendimento em saúde prestado pelo movimento sindical. Quinze sindicatos estiveram representados no primeiro encontro, que ocorreu presencialmente, na sede da Fetrafi-RS.

De acordo com a diretora de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora da Fetrafi-RS, Raquel Gil de Oliveira, que é, também, diretora do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região, reativar o coletivo é fundamental para ajudar a categoria a entender a importância do tema como mobilizador político e os procedimentos que passam pela Convenção Coletiva dos Bancários. Um exemplo é a cláusula 61, de combate ao assédio moral e consequente proteção da saúde mental dos(as) empregados(as), que vem pautando as discussões com os bancos.

A reunião teve início com uma dinâmica de grupos na qual foram propostas três reflexões:
• Quais questões/ dificuldades são centrais para o tema da saúde na categoria bancária?
• Quais as formas de intervenção possíveis para enfrentar cada uma dessas questões/dificuldades?
• De que modo a assessoria em saúde pode contribuir com esse processo?

Foi consenso entre os participantes que as maiores dificuldades da categoria se referem ao adoecimento por conta das metas abusivas e do assédio moral e às sequelas da pandemia. As possíveis formas de intervenção passam por formação continuada, rede de apoio e a democratização da pauta para que as pessoas conheçam seus direitos. E é sobre isso que a assessoria da Fetrafi-RS vai trabalhar.

Segundo o psicólogo e assessor do SindBancários de Porto Alegre e Região, André Guerra, o projeto do Coletivo tem como finalidade constituir a Federação como centro de vigilância, prevenção ao adoecimento e promoção da saúde na categoria bancária do Rio Grande do Sul.

Além disso, a ideia é tornar a Fetrafi-RS referência e principal gabinete estratégico no estado sobre o tema Saúde e Trabalho, contribuindo para qualificar e unificar a pauta de saúde na categoria bancária estadual.

Em até três anos, devem ser estabelecidas as bases para que a entidade se constitua em uma escola de formação em Saúde do Trabalhador, habilitando os participantes do Coletivo de Saúde como professores e agentes multiplicadores dessa experiência para dentro e fora da categoria.

Ato político
O assessor pontuou a importância do conhecimento em saúde como ato político. “Aprender a fazer CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) é uma das ações que o dirigente sindical deve tomar. Mas o que isso mobiliza? Quando faço uma CAT estou pensando em um projeto de sociedade, um coletivo político. Um bancário não é só um bancário, é um pai, um tio, uma mãe. Quando a gente entende o adoecimento de forma politizada, entende a saúde como um todo de forma politizada”, explicou.

A também assessora da Secretaria de Saúde do SindBancários POA, Jaceia Netz, apontou que a política de saúde atravessa todos os aspectos da vida e que o movimento sindical deve se apropriar da pauta. “Já passou da hora da gente criar um centro de vigilância em saúde. Não podemos mais esperar pelos bancos e pela Cassi, Cabergs e outras assistências”, frisou.

O diretor nacional de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, participou da reunião e reforçou a diretriz do movimento sindical sobre a formação dos dirigentes para a defesa da saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras.

Também presente no encontro, a diretora de Saúde e Condições de Trabalho do SindBancários POA, Jamile de Moraes Chamun, destacou o projeto “A gente se cuida”, desenvolvido pelo Sindicato durante a pandemia do coronavírus, que discutiu temas atuais como saúde mental, suicídio e outros que permeiam a realidade dos bancários e bancárias. O grupo sugeriu que o projeto seja aplicado em âmbito estadual.

As diretoras da Fetrafi-RS, Ana Maria Betim Furquim (Formação) e Cristiana Garbinatto (Mulher Trabalhadora), também participaram da reunião. Ana ressaltou as lutas e conquistas do movimento sindical no reconhecimento das doenças do trabalho, como LER/DORT. Cristiana apontou a importância do salário justo e das condições dignas de trabalho para a redução dos casos relacionados às doenças mentais.

O coletivo de saúde se reunirá uma vez por mês para discutir e executar as ações propostas. Todos os sindicatos estão convidados a participar na composição do grupo. “O ideal é que tenha pelo menos um diretor de cada sindicato filiado no grupo. Essa é uma construção coletiva”, conclamou a diretora da Fetrafi-RS que coordenou parte da reunião, Denise Falkenberg Corrêa.

Fonte: Portal Bancários RS, com edição do SEEB de Pelotas e Região

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