Negociações com o Itaú: Bancários do RS chegam a impasse

A Coordenação de Organização dos Empregados (COE) do Itaú reuniu-se com representantes do banco, na quarta-feira (9), para tratar da negociação de quitação do banco de horas, teletrabalho e ponto eletrônico, parcelamento de dívidas, Programa Complementar de Resultados e Bolsa-Educação.

Ocorreram avanços nas negociações envolvendo quase todos os temas, restando um impasse entre as partes no que diz respeito ao teletrabalho e quitação de ponto.

Negociar Teletrabalho com quitação de ponto é inaceitável

Na mesa de negociações, a COE apresentou uma proposta que prevê prioridade ao teletrabalho para pais e mães que têm filhos pequenos e funcionários com mobilidade reduzida. A medida, porém, só será acatada pelo banco se um acordo de quitação de horas do ponto eletrônico dos funcionários for aprovada junto do texto que trata das diretrizes de home-office, algo que para o diretor do SindBancários e representante gaúcho da COE, Eduardo Munhoz, é inaceitável.

“Nossa proposta é de separar Teletrabalho e quitação de ponto, enquanto não houver fato novo sobre este assunto, não aceitaremos proposta do banco pois ela é nociva aos trabalhadores”, explica Munhoz, “Imagine um trabalhador que é desligado do banco e quer cobrar na justiça irregularidades no ponto? Ele não poderá fazê-lo porque sua entidade sindical assinou um termo de quitação das horas trabalhadas”, exemplifica o diretor. Para ele, o Itaú está pressionando a COE para conquistar segurança jurídica. “ O Itaú quer se resguardar contra processos pelo descumprimento de suas obrigações legais, alerta.

Proposta de Parcelamento de dívidas deve respeitar CCT dos bancários

Na ocasião, o banco propôs o parcelamento de dívidas originadas a partir do indeferimento de perícia do INSS, o que ocasiona o pagamento de uma antecipação emergencial, quando o trabalhador retorna do afastamento.

Para o diretor do SindBancários e representante gaúcho da COE, Eduardo Munhoz, temas referentes à cláusula 29 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que trata do auxílio-doença e outros benefícios concedidos para trabalhadores afastados, não podem ser negociados pela COE, pois de competência do Comando Nacional dos Bancários.

“A cláusula 29 é dúbia e para que ela possa ser negociada pela COE é necessário haver entendimento do comando nacional dos bancários”, avalia o dirigente.

PCR e bolsa-educação

A proposta dos trabalhadores foi para renovar o acordo da Participação Complementar de Resultados (PCR), apenas com correção do valor. O mesmo foi proposto para as bolsas de estudo, que atualmente são de R$ 499,00. Ao todo são 5,5 mil bolsas para primeira graduação, segunda graduação e pós-graduação (4,5 mil para bancários e 1 mil para funcionários da holding). No novo acordo, serão acrescentadas 47 novas bolsas. O tema será debatido dia 22, em reunião virtual.

Para Jair Alves, coordenador do COE Itaú, “havia muitas pendências para serem discutidas, mas a reunião teve bons avanços, como foi com o teletrabalho”. No entanto, há ainda muitos pontos a serem encaminhados, “em especial no que diz respeito à quitação das horas e ao pagamento das dívidas de auxílio-doença, temas que ainda precisamos debater e mesmo encontrar um consenso entre as várias entidades de representação dos trabalhadores”, completou. Jair, porém, entende que “o debate está bem avançado, e em breve os pontos pendentes estarão maduros para o acordo final com o banco”.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) encaminhará às entidades a minuta do acordo sobre a quitação das horas do teletrabalho (que deverá ser retornada até o fim de novembro) e do parcelamento das dívidas por antecipação do auxílio-doença (retorno até fevereiro de 2023). As entidades que já assinaram o acordo receberão a minuta para votação em assembleia, que ocorrerá em data ainda a ser definida pela Contraf-CUT.

Fonte: SindBancários com informações da Contraf-CUT

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