Bolsonaro tenta descreditar eleições e indica que não vai aceitar derrota

Em reunião com embaixadores estrangeiros realizada no Palácio do Alvorada nesta segunda-feira (18), e transmitida pelas suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma série de ataques às urnas eletrônicas, à Justiça Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Usando uma série de teorias conspiratórias, Bolsonaro fez uma apresentação para os embaixadores dos motivos pelos quais ele avalia que as eleições brasileiras não são confiáveis.

“Entendo que não poderíamos ter tido eleições de 2020 sem apuração. Porque o sistema é completamente vulnerável”, disse.

Um dos argumentos que ele apresentou é de que hackers tiveram acesso aos computadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao longo de oito meses e que uma investigação da Polícia Federal, que transcorre de forma sigilosa, teria apontado que estes hackers poderiam alterar o nome de candidatos nas urnas e a contagem de votos.

Estas acusações, que Bolsonaro já tinha feito anteriormente, já foram contestadas no ano passado pelo TSE. Em agosto de 2021, a corte divulgou uma nota informando que o inquérito citado por Bolsonaro não concluiu que houve fraude eleitoral em 2019, tampouco que resultados poderiam ter sido adulterados.

“O próprio TSE encaminhou à Polícia Federal as informações necessárias à apuração dos fatos e prestou as informações disponíveis. A investigação corre de forma sigilosa e nunca se comunicou ao TSE qualquer elemento indicativo de fraude”, diz a nota do tribunal.

Bolsonaro ainda requentou supostas denúncias de apoiadores que não teriam conseguido votar nele em 2018.

Para além disso, o presidente voltou a atacar o TSE por supostamente se negar a atender as recomendações feitas pelas Forças Armadas a respeito do processo eleitoral.

“Por que nos convidaram? Acharam que iam dominar as Forças Armadas? Será que se esqueceram de que eu sou o chefe supremo das Forças Armadas? Será que imaginaram que participaríamos de uma farsa? Seríamos moldura numa foto?”, disse, referindo-se a si mesmo como um membro das Forças Armadas.

Por fim, ele acusou ministros do Supremo Tribunal Federal de “dever favores” a Lula e indicou que não deve aceitar a derrota nas eleições de outubro. “Se quiserem voltar ao que era no passado, paciência. Mas num sistema desses? Que só dois países no mundo usam? Não”, disse.

Fonte: Sul 21

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