8M Pelotas realiza ações pelas redes e vereadoras suplentes assumem bancadas do PT e do PSOL

Com a proximidade do Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, o movimento 8M Pelotas 2021 organizou uma série de atividades, por meio das redes sociais, devido à necessidade de distanciamento decorrente da Pandemia.

O movimento deste ano traz como uma das pautas centrais a campanha pela cassação da Chapa Bolsonaro e Mourão, por entender que, no atual momento de crise que o país enfrenta, não basta apenas o afastamento do presidente da República. “A gente entende que se trata de um projeto conjunto de ataque aos direitos sociais e às liberdades democráticas conquistadas”, explica Ester Matilde, que é militante do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro e estudante de Licenciatura em Ciências Sociais na UFPel.

Como mote principal, o 8M Pelotas traz à tona, a luta pela vida da mulher e o direito de viver dignamente. A referência do movimento se faz ainda mais urgente, hoje, no contexto da Pandemia, conforme explica Ester. “Desde o início da Pandemia, no primeiro semestre do ano passado, nós tivemos 648 casos de feminicídio, no Brasil”, denuncia.

A militante feminista lembra, ainda, que a violência contra a mulher se agravou durante a situação pandêmica, devido à necessidade de isolamento social. “Essa situação segue sendo naturalizada devido ao machismo estrutural judiciário, que, em muitos casos, acaba fazendo com que tenhamos que passar por outro tipo de violência, que está institucionalizada”, critica.

O 8M Pelotas 2021 reivindica, também, uma série de pautas que evocam a necessidade de se rever a forma como os poderes Executivo e Legislativo têm tratado as consequências da crise sanitária, considerando a parcela mais vulnerável da sociedade, como é o caso da exigência da vacinação pública e irrestrita para toda a população e a retomada imediata do auxílio emergencial por um valor justo.

“Nós temos toda uma estrutura corrompida. O movimento de mulheres foi a vanguarda de resistência à essa estrutura de poder vigente, que está em atuação no Brasil, e precisamos estar à frente dessa luta social, abrindo diálogo com a população e promovendo a consciência de classe, por meio da educação política”, ressalta a professora Jenifer Dias, que é, também, conselheira LGBT e suplente de vereadora da bancada do Psol, em Pelotas.

O 8M Pelotas também levanta questões relacionadas, exclusivamente, à pauta local, conforme explica Jenifer. “Em Pelotas, estamos reivindicando não só o funcionamento, 24h, da delegacia da mulher, como também a acessibilidade à este serviço, porque muitas mulheres que sofrem violência e possuem algum tipo de deficiência são ainda mais silenciadas, por não conseguirem se comunicar para denunciar”.

Representatividade

De hoje, quarta-feira (3), até o dia 10 de março, as bancadas do PT e do Psol, na Câmara de Vereadores, contarão com o reforço de mais duas mulheres. Os vereadores Sid Fagundes (PT) e Jurandir Silva (Psol) cedem suas cadeiras para as professoras Carla Cassais e Jenifer Dias, aumentando a representatividade feminina, no Legislativo local. Conforme explica Jenifer, a partir da ampliação da bancada feminina, está sendo discutida, coletivamente, a proposta de uma audiência pública. “Com a ampliação da bancada feminina, nosso objetivo é criar uma comissão de mulheres, na Câmara, para que a gente consiga debater, efetivamente, dentro destes espaços institucionais, os nossos direitos e as pautas que nos atravessam”, explica.

Redação e Arte: Eduardo Menezes – SEEB Pelotas

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