Funcionários do Itaú de Pelotas sofrem com sobrecarga de trabalho

Mesmo após registrar um lucro líquido de R$ 18,91 bilhões, em 2020, o Itaú segue demitindo e sobrecarregando os funcionários que estão atuando na linha de frente, neste momento de agravamento da Pandemia. Em Pelotas, o maior problema tem sido o remanejamento de pessoal. Em alguns casos, os gerentes operacionais estão passando para gerente geral de agência e esta mudança tem levado colegas de trabalho à exaustão.

O Sindicato alerta para a necessidade de suprir as vagas das agências afetadas pelas mudanças estruturais que estão sendo postas em prática pelo Itaú, uma vez que, para intensificar o problema, muitos empregados do banco estão afastados, por atestado, ou trabalhando em home office.

Conforme explica a diretora Raquel Santos, que é funcionária do Itaú, com a nova política de distribuição de cargos, em Pelotas, os gerentes-gerais comerciais passaram para a função de gerentes gerais de agência. Já o cargo de supervisor, mudou para líder de tesouraria e serviço, extinguindo-se, com isso, um cargo nas agências do município. Diante desse novo cenário, apenas uma agência de Pelotas deverá ficar com um gerente de atendimento (o antigo gerente operacional).

O Itaú possui quatro agências, em Pelotas, sendo que duas, neste momento, estão sendo operacionalizadas por supervisores, e uma outra agência, que possui supervisor e gerente operacional, enfrenta o problema da ausência do supervisor, pois ele precisa atender em outras frentes de trabalho. “São demandas decorrentes do fechamento de agências, em função da Pandemia, o que acaba por sobrecarregá-lo, já que precisa atuar em todas as frentes exigidas”, desabafa Raquel.

Quadro deve piorar

A expectativa é que, até o final do primeiro semestre deste ano, a única agência que ainda possui o cargo de gerente operacional sofra as alterações previstas, com apenas um funcionário assumindo a função de chefia, atuando junto ao líder de agência, que representa o antigo cargo de supervisor.

Essas alterações dizem respeito ao modelo de Agência 2030, que está sendo implementado pelo Itaú, em todo o país. Conforme critica a diretora do Sindicato, esse processo ocorre em um momento que não é ideal, devido à Pandemia, que condiciona à abertura e ao fechamento de agências a todo o momento. “Em meio à esse contexto, as metas só aumentam, sendo que existem gerentes operacionais que chegam a ter três reuniões por dia”, ressalta Raquel.

As metas e cobranças do banco contrastam com a realidade dos funcionários do Itaú, em Pelotas, já que, nesta semana, por exemplo, a agência localizada na Avenida Bento Gonçalves encontra-se fechada, criando toda a sobrecarga de trabalho explicada pela diretora do Sindicato.

Raquel alerta, ainda, para o fato de que as mudanças que o banco vem operacionalizando, no município, com redução de cargos, apontam para um aumento cada vez maior da demanda dos funcionários. Um exemplo disso é o que ocorreu, em 2020, com os caixas, que tiveram sua nomenclatura alterada para caixa/agente de negócios. “Com essa mudança, aqueles que possuem CPA receberam ainda mais atribuições e passaram a poder abrir contas, fazer investimentos e vender seguros, sem que esse acúmulo de trabalho representasse qualquer tipo de aumento nos seus salários”, critica a diretora do Sindicato.

Redação e arte: Eduardo Menezes / SEEB Pelotas

Posts Relacionados

This will close in 20 seconds

Fale com o sindicato
Pular para o conteúdo