Caixa: home office pós-pandemia precisa ser negociado com os trabalhadores

Para presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, fatores como jornadas, equipamentos e estruturas do home office precisam ser regulamentados

Uma das primeiras ações da pandemia adotadas pela Caixa foi o home office. A medida foi resultado da forte atuação das entidades representativas com o objetivo de preservar a vida dos trabalhadores e da população. Agora, o trabalho remoto está sendo cogitado para continuar depois da pandemia. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou em entrevista à CNN, na última quarta-feira (24), que o banco irá expandir o programa de trabalho remoto para depois da pandemia.  Segundo ele, o trabalho remoto se mostrou eficiente, em especial para áreas que não há tanto contato com os clientes. Para as entidades, qualquer decisão deve ser tomada com a participação dos empregados por meio da negociação.

O home office vem sendo defendido pelas entidades como essencial para os trabalhadores e para a população como forma de evitar o contágio pela covid-19. Para o futuro, ainda será preciso regulamentar essa forma de trabalho. “Vamos continuar defendendo o home office na pandemia para defender a vida. Mas após esse período vamos ter que fazer uma grande discussão com os bancos. Precisamos discutir jornada, os equipamentos, quem será responsável pela compra dos equipamentos, estruturas, tudo isso precisa regulamentar. Não podemos deixar nas mãos dos bancos”, defendeu o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto.

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, também reforçou a importância da conquista do home office para a categoria bancária durante a pandemia. Para ela, mudanças também apenas por meio da negociação. “É importante ressaltar que o home office foi uma conquista da categoria para proteger a saúde dos trabalhadores que poderiam exercer seus cargos de casa, sem correr o risco de sair às ruas e serem infectados pelo Covid-19. Este acordo só é válido enquanto durar a pandemia. Qualquer alteração após este período, tem de ser negociado com o movimento sindical”, afirmou.

As entidades têm enfrentado resistência da Caixa com relação às negociações desde meados de maio. No início da pandemia, com as reivindicações das entidades, foi possível criar um protocolo de segurança contra o contágio pelo coronavírus. Mas, o banco público tem abrandado esses protocolos. Para os trabalhadores terceirizados, os protocolos também têm sido flexibilizados.

“A caixa parou os diálogos e está extrapolando na exploração dos trabalhadores. Inclusive aproveitando esse momento para extrapolar com cobrança de metas, pedindo para o pessoal retornar sem necessidade”, ressaltou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis.

Para que o home office aconteça após a pandemia do coronavírus, o coordenador também defendeu que a Caixa discuta o assunto com as entidades.  “A discussão tem que passar pelo trabalhador. Qualquer perspectiva de home office para frente, se não passar pelo trabalhador, vai ser só massacre da saúde e da vida dos trabalhadores”, reforçou.

Fonte: Fenae

Foto: Glenn Peter/Unsplash

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