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Movimento Vidas Negras Importam pede reunião com Eduardo Leite para discutir violência policial

Integrantes do Movimento Vidas Negras Importam entregaram ao chefe de gabinete do governador Eduardo Leite, Paulo Morales, um pedido oficial de reunião com o governador para tratar da violência policial contra jovens negros e negras.

O encontro ocorreu na tarde de segunda-feira (8), no Palácio Piratini, um dia após os protestos antirracistas realizados no País, e contou com a presença de Gilmar Amaral, pai do engenheiro elétrico Gustavo Amaral, jovem negro assassinado durante operação da Brigada Militar realizada em abril, na cidade de Marau, norte do Estado.

O documento entregue à chefia de gabinete, intitulado Carta ao Governador Eduardo Leite em Defesa da Vida dos Negros, das Negras e Contra a Violência Policial, é assinado por 27 entidades.

Na carta, também é destacado o episódio em que o angolano Gilberto Casta Almeida e sua amiga Dorildes Laurindo foram alvejados pela polícia em uma abordagem a um motorista de transporte por aplicativo do qual eram passageiros. Dorildes faleceu após 18 dias hospitalizada. “No caso do angolano, o agente da brigada, após vê-lo ferido, disse-lhe ‘tu vai sangrar até a morte’. Nos dois casos, houve a relativização da ação da brigada militar. No caso do cidadão angolano sequer houve o afastamento dos agentes envolvidos”, diz a carta.

A carta ainda apresenta 11 reivindicações ao governador. Confira abaixo:

1) Que o senhor receba, imediatamente e pessoalmente, os familiares das vítimas citadas para prestar condolência e garantir que esses casos não serão exemplos de impunidade.

2) Queremos o imediato afastamento dos agentes envolvidos no caso citado de Gravataí.

3) Que o senhor apresente qual o plano de combate à violência policial e de combate ao racismo institucional que o seu governo tem como política de Estado.

4) Que no seu governo se crie um órgão específico de controle da violência policial com autonomia de investigação e com autonomia frente aos órgãos de segurança. A comunidade negra não confia nas corregedorias policiais.

5) Que as corregedorias apresentem aos órgãos e entidades de direitos humanos os números do seu trabalho, contendo o tipo de denúncia e o encaminhamento dado.

6) A imediata mudança das incursões da brigada militar e da polícia civil nas comunidades.

7) Total proteção às vítimas e testemunhas da violência policial.

8) Que o governo do Estado do Rio Grande do Sul reconheça as estatísticas oficiais, onde os jovens negros constituem os alvos preferenciais das operações policiais com uso extremo da força e encarceramento.

9) Proibir que qualquer policial dê declarações públicas infundadas, baseadas estritamente na ideologia racista da chamada “guerra às drogas”, para justificar a criminalização de negros, indígenas e pobres ou ações ilegais em bairros, vilas, ocupações e favelas.

10) Punição dos soldados e da cadeia de comando envolvida em qualquer ação de violência policial.

11) Desmilitarização da Brigada Militar, por uma polícia civil unificada controlada pelas comunidades. Basta de impunidade, pelo fim da Justiça Militar do Rio Grande do Sul.

Fonte: Sul21

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