Transformação digital do setor bancário ‘nos angustia toda noite’, diz presidente do Itaú

O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirmou que o banco não tem as respostas que deseja, dentro do cenário de grande transformação no setor financeiro, mas que está aberto a se reinventar e se adaptar. “Estamos vivendo um mundo de grande transformação. Não temos resposta para o que queremos e isso nos angustia toda noite… Fintechs estão batendo na nossa porta todo dia. Estamos discutindo bastante isso no banco”, admitiu o presidente, em reunião com analistas e investidores, na tarde da última terça-feira, 3.

Olhando dez anos para frente, Setubal enxerga um banco diferente e também a necessidade capacitar os colaboradores da instituição, pois é preciso que a instituição esteja preparada para o futuro. “Queremos estar, daqui a dez anos, no mesmo nível de desempenho e destaque. Mas é essencial se preparar para esse mundo de transformação”, destacou.

Ele sinalizou, ainda, que o banco não tem uma “grande aposta” para o futuro. “Não gosto de apostas. Grande aposta é sempre um risco muito grande de dar errado, e normalmente dá. A governança tem o papel de manter a coisa controlada, mas o banco está aberto para transformações”, disse.

O cenário de grande transformação do sistema financeiro não é uma realidade só do Brasil, conforme Setubal, mas em todo o mundo. Novas empresas estão surgindo, mas, segundo ele, não significa que players tradicionais, grandes bancos, têm sumido. “O sistema financeiro é uma coisa que evolui muito e continua crescendo. É uma mega indústria no mundo. Dificilmente alguma outra indústria é do tamanho do sistema financeiro”, afirmou o presidente do banco.

De acordo com Setubal, muitas coisas vão mudar, inclusive produtos, mas o banco vai conseguir se perpetuar, atuando de uma forma diferente. “Saberemos enfrentar desafios que estão surgindo. Algumas coisas não vão mudar… Vamos nos reinventar, nos adaptar. O futuro está aí. O banco sabe dos desafios que tem”, finalizou.

Complacência
Pedro Moreira Salles, também presidente do banco,  afirmou que o maior risco para uma empresa é a complacência. “Não estamos com esse tipo de síndrome dentro do Itaú Unibanco. O ato de se questionar para sabermos se já fizemos o suficiente é constante”, disse ele.

Questionado sobre transformações no sistema financeiro, ele disse que o banco soube se adaptar ao longo do tempo, uma vez que poucas empresas conseguem atravessar a barreira de um século de existência, mas que é necessário criar capacidade para os desafios que o momento impõe. “Em que pesem aflições e angústias que todos nós incumbentes temos no mundo atual, olho com muito entusiasmo o que virá para frente”, afirmou Moreira Salles.

O Itaú Unibanco tem, conforme ele, um conjunto de atributos dificilmente reproduzíveis, mas, que, daqui dez anos, as instituições financeiras terão de adotar uma nova maneira de atendimento e de distribuição de produtos. “Saberemos encontrar respostas à medida que as perguntas aparecerem. Essa é parte essencial do trabalho, de controladores e membros do Conselho. Temos de criar capacidade para o banco aos desafios que o momento impõe”, finalizou.

Com informações Federação dos Bancários do Paraná

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