Reitor da UFPel concede entrevista ao Contraponto da RádioCom

Pedro Hallal criticou a postura do governo federal e a situação da educação no país

Em entrevista ao programa Contraponto, da RádioCom 104.5 FM, nesta segunda-feira (22), o reitor da UFPel, Pedro Curi Hallal, conversou sobre a situação das universidades públicas e da educação no contexto político atual. Durante o programa, o reitor também esclareceu questões sobre o Future-se, uma das últimas propostas feitas pelo Ministério da Educação (MEC).

Numa análise do ambiente político, entre outros pontos, Pedro lembrou a importância e a gravidade da pauta da educação e mencionou a necessidade de ampliar esta discussão no país. “Não estamos dividindo entre quem votou ou não no Bolsonaro. A divisão precisa ser feita pela pauta. É quem defende a educação versus quem não defende, por que é a educação brasileira que está sendo atacada, e precisamos estar todos unidos”, declarou.

O reitor comentou, ainda, a gestão do MEC que é, segundo pesquisas, o ministério do atual governo federal que possui as piores avaliações. “O MEC hoje é guiado por uma agenda econômica, e não educacional, e quando a educação é vista, exclusivamente, pelos olhos da área da economia, não costuma ter desfecho positivo. Até por isso que não foram apresentadas boas soluções para a área da educação”, criticou.

Future-se

Ainda nesta ocasião, o reitor falou sobre o programa Future-se, e esclareceu que este é um projeto que tem uma série de coisas unificadas em um único documento, e que algumas propostas são positivas. Uma delas, segundo ele, é a tentativa de flexibilizar a utilização de recursos captados pela própria universidade. Entretanto, Pedro citou a analogia feita por Rui Oppermann, reitor da UFRGS, onde ele descreve os pontos positivos da proposta como “a cereja de um bolo muito amargo”.

O reitor ressaltou que o ponto central do programa, e também o mais preocupante, é a entrega da administração das universidades para entidades privadas. “O pano de fundo do Future-se é a terceirização da administração das universidades. E este é um modelo que acaba com a universidade pública”, declarou.  O dirigente ainda apontou que o programa não aborda em nenhum momento o trabalho técnico administrativo, o que se apresenta como outro ponto negativo da proposta.

Na última quinta-feira (18), o reitor anunciou, durante entrevista coletiva à imprensa, que a posição da UFPel de aderir, ou não, ao Future-se será decidida através de plebiscito com a comunidade acadêmica.

A UFPel foi a primeira universidade do país a se manifestar confirmando a realização do plebiscito. “Não só faremos isso, como também estimularemos todas as universidades federais a fazerem o mesmo, porque não podemos aceitar que decisões sejam tomadas com base na percepção de reitores e reitoras sem o diálogo com a comunidade”, afirmou Pedro.

Imprensa Seeb Pelotas

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