Após mobilização dos municipários, Câmara rejeita projeto do governo

Outros dois temas, relativos à iluminação pública, que estavam previstos para ir à votação, foram retirados de pauta pelo governo por temer novas derrotas

A manhã desta quinta-feira (27) foi de comemoração para o funcionalismo público municipal de Pelotas, que, desde a madrugada, esteve concentrado, em frente à Câmara de Vereadores, para barrar um projeto de lei, enviado às pressas pelo Governo Paula (PSDB), à Câmara, neste final de 2018, que pretendia alterar a remuneração dos servidores e previa a perda de uma série de direitos.

Em vista de uma toma de posição autoritária, por parte da Presidência da Casa, os trabalhadores públicos municipais foram obrigados a retirar senhas, desde cedo, e submetidos ao constrangimento da revista, por parte da Guarda Municipal, até que pudessem ter acesso ao plenário da Casa. A maioria dos municipários aguardou, em frente ao prédio, desde as 4h da manhã. A votação, no plenário, que foi favorável à categoria, ocorreu apenas por volta do meio dia.

Uma vitória de toda a classe trabalhadora do município

Depois de forte mobilização promovida pelo Sindicato dos Municipários de Pelotas (SIMP), os servidores assumiram o compromisso de defenderem os seus direitos. Em grande número, os municipários estiveram reunidos – dentro e fora da Câmara de Vereadores – para acompanhar a sessão ordinária e da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), que analisaram o projeto de lei que pretendia alterar o salário dos servidores, retirando direitos, mesmo sem uma discussão prévia junto à comunidade pelotense.

Como já é de costume em nossa cidade, o PL da prefeita Paula (PSDB) foi encaminhado para apreciação, junto ao Legislativo, apenas em novembro deste ano. De lá para cá, o SIMP convocou a sua categoria para acompanhar de perto as discussões, realizando o papel de todo cidadão: cobrar os vereadores, eleitos, que assumissem suas promessas de campanha, não permitindo nenhuma mudança nos vencimentos dos servidores ou retirada de direitos.

A intenção de colocar na conta dos servidores municipais a incompetência administrativa do governo Paula aparece, claramente, descrita no chamado Plano de Adequação Salarial. De acordo com o governo, a medida seria necessária em vista de um parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que estaria apontando distorções nos vencimentos dos trabalhadores e sugerindo mudanças nos vencimentos e direitos da categoria. Tal argumentação, no entanto, foi desmentida pelo próprio representante do TCE – o auditor Davi Lemos Ballester -, o qual afirmou que “o Tribunal de Contas não determinou a exclusão de vantagens, de gratificações ou de incentivos dos municipários”.

No projeto derrotado hoje, na Câmara, estava previsto a retirada de direitos históricos tanto dos professores quanto dos auxiliares de educação infantil, como a hora atividade, a gratificação especial de difícil acesso e a gratificação por trabalho com alunos com deficiência ou sala de recursos. Além disso, o projeto previa a diminuição de incentivos para formação e qualificação dos profissionais da área e a retirada dos auxiliares de educação do quadro do magistério.

Desde a realização das primeiras assembleias, a categoria mostrou-se contrária à proposta. Sem diálogo por parte da Prefeitura, os municipários foram até o Legislativo e exigiram um posicionamento dos vereadores. Foi graças a pressão dos servidores, organizados em torno do Sindicato dos Municipários, que a categoria obteve êxito na manhã desta quinta-feira. Um exemplo a ser seguido por todos os trabalhadores do município, que estão conscientes da necessidade da unidade e da solidariedade de classe para vencer as lutas que estão por vir.

Outros dois projetos, que atingem diretamente a classe trabalhadora de Pelotas, foram retirados de pauta, pelo temor do governo em, certamente, sofrer novas derrotas. Assim, os projetos ligados à iluminação pública não foram à votação, mas devem retornar, em breve, para apreciação. Caso sejam aprovados, certamente a conta de luz irá pesar ainda mais no bolso da população pelotense, à exemplo do que ocorreu, recentemente, com a taxa do lixo.

Saiba quem são os parlamentares que votaram à favor e contra o projeto enviado pelo Executivo:

A favor:

Fabrício Tavares(PSD)

Roger Ney (PP)

Enéias Clarindo (PSDB)

Luiz Henrique Viana (PSDB)

José Paulo Benemann (PSDB)

Contra:

Fernanda Miranda (PSOL)

Marcus Cunha (PDT)

Professor Adinho (PDT)

Éder Blank (PDT)

Marcola (PT)

Ivan Duarte (PT)

Reinaldo Elias (PTB)

Zilda Bürkle (PSB)

Antônio Peres (PSB)

Daiane Dias (PSB)

Ademar Ornel (DEM)

José Sizenando (DEM)

Waldomiro Lima (PRB)

Salvador Ribeiro (MDB)

Dila Bandeira (PSDB)

 

Veja algumas imagens:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imprensa Seeb Pelotas

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