População pede reversão do fechamento da Agência Princesa do Sul da Caixa Econômica Federal

Na manhã desta quinta-feira (5), o Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região esteve na Agência Princesa do Sul da Caixa Econômica Federal, cujo fechamento está marcado para o dia 30 de dezembro de 2025, para ouvir diretamente quem mais será afetado, além dos trabalhadores bancários e terceirizados: a população que utiliza diariamente o atendimento presencial. O que se viu foi um cenário de preocupação, tristeza e indignação.

Ao longo da visita, o Sindicato conversou com dezenas de usuários, a maior parte deles idosos, que dependem da agência para resolver questões básicas do dia a dia. Muitos relataram não ter familiaridade com canais digitais e sentiram medo de não conseguir realizar serviços essenciais, como saques, consultas de benefícios, movimentações simples de conta e atendimentos sociais, caso a unidade seja fechada.

Entre os relatos ouvidos pelo Sindicato, chamou atenção o de Laida da Silva, aposentada que utiliza a agência há décadas. Preocupada com a segurança, ela afirma temer golpes e depende exclusivamente do atendimento presencial para movimentar sua conta. Diante do anúncio de fechamento, Laida foi enfática ao dizer que pretende encerrar sua conta caso a unidade deixe de funcionar. “Eu tenho conta na Caixa há mais de 40 anos, não uso aplicativo, apenas dinheiro. O fechamento vai causar um grande transtorno para toda a minha família”, lamenta.

Outro usuário ouvido pelo Sindicato, Luiz Carlos Brum, reforçou que utiliza exclusivamente dinheiro e não pretende aderir a conta digital. Para ele, o fechamento da agência tende a ampliar ainda mais as filas, que já são longas no atendimento atual. Brum afirma que a mudança deve piorar o acesso da população aos serviços básicos. “O dia que acabar a Casa da Moeda, não vai existir mais dinheiro, então não vou mais precisar vir ao banco”, ironiza. Ele lamenta, ainda, que o encerramento ocorra no final do ano, período em que, segundo relata, “todos já estão na correria”.

De acordo com os relatos dos clientes, a Agência Princesa do Sul é vista como referência de atendimento social, especialmente para quem precisa resolver questões relacionadas a FGTS, seguro-desemprego, benefícios federais e serviços que envolvem numerário. A preocupação é de que o fechamento gere desassistência e sobrecarga nas demais unidades da cidade, que já operam no limite.

O diretor de Comunicação e Cultura do Sindicato, Lucas Cunha, reafirma a posição da entidade sindical. “A comunidade de Pelotas está se manifestando de forma clara e unificada: a população pede a reversão do fechamento da Agência Princesa do Sul”, aponta. “A mobilização segue. A sociedade de Pelotas merece ser ouvida. E a Caixa, enquanto patrimônio público, não pode seguir perdendo espaço às custas da população e dos trabalhadores”, finaliza Lucas Cunha.

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