Sindicato participa da Jornada Internacional de Luta contra o Banco Santander

O Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região participou, na manhã desta quinta-feira (26), da Jornada Internacional de Luta contra o Banco Santander. Durante a ação, os dirigentes sindicais distribuíram material de conscientização sobre ações da instituição financeira que são contrárias aos interesses dos trabalhadores e à proteção dos direitos trabalhistas, bem como a terceirização ilegal e o fechamento massivo de agências. Na base sindical de Pelotas o impacto é grande, com cinco agências fechadas ao longo dos últimos anos, restando apenas uma em funcionamento.

Como parte da resposta sindical articulada, a Rede Sindical Internacional convocou uma Jornada Internacional de Luta para este dia 26 de junho, com mobilizações nos diversos países onde o Santander atua. A atividade visa denunciar e resistir coletivamente às demissões, terceirizações, precarização laboral e perseguições sindicais promovidas pela direção do banco.

De 2019 a 2023, a categoria bancária perdeu 27 mil postos de trabalho no Brasil, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Ao contrário dessa tendência nacional, o Grupo Santander aparenta ter ampliado seu quadro funcional, saindo de 47,8 mil empregados em 2019 para 55,6 mil em 2023. Mas o que parece uma boa notícia, na prática esconde uma estratégia perversa do banco: a substituição de bancários por trabalhadores contratados em empresas coligadas e controladas da holding Santander, com direitos inferiores e fora da convenção coletiva da categoria bancária.

A prática do Santander de promover a chamada “migração” de trabalhadores bancários — cobertos por convenções coletivas e representados por sindicatos — para outras empresas do conglomerado é observada em diversos países, como Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Brasil e também na Espanha, sede da matriz do grupo. Esse processo retira esses trabalhadores da proteção das normas coletivas e das entidades sindicais, resultando em perda de direitos, precarização e fragmentação da categoria bancária.

O impacto disso é gigantesco: além de fragilizar a organização sindical, a estratégia compromete salários, PLR, benefícios, direitos e condições de trabalho — pilares da luta histórica do movimento sindical bancário. Ao enfraquecer os bancários e esvaziar a CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), o Santander promove uma desvalorização sistemática da categoria.

Tudo isso impulsiona o lucro do banco, que em 2024 lucrou R$ 13,8 bilhões, com crescimento de 47,8%. No entanto, esse lucro não fica no país: mais de 90% das ações do Santander Brasil estão nas mãos de grupos internacionais, sobretudo na Espanha e na Holanda. Ou seja, o dinheiro que deveria gerar empregos e investimentos no país, vai embora na forma de remessa de lucros.

Redação e foto: Vitor Valente/Seebpel

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