Banrisul volta à mesa de negociação sem avanços e faz proposta de reestruturação com graves problemas, avalia COE
Durante reunião na tarde da última quarta-feira (25/06), representantes do Banrisul reafirmaram a posição em relação à maioria dos pontos e propuseram ampliar a proposta de descenso para dois anos; eliminar a compensação do auxílio movimentação para quem é movimentado menos de três anos; e transformar todos os assistentes em analistas. Uma análise preliminar da Comissão de Organização de Empregados (COE) do Banrisul aponta que há mais aspectos negativos do que positivos no documento entregue pelos representantes do Banco.
O texto altera outros acordos em pontos que não foram debatidos, incluindo alterações significativas no Programa de Participação nos Resultados (PPR). “Além de não chegar a uma proposta equilibrada, o Banco traz uma minuta extensa, com modificações que sequer foram mencionadas ao longo dos seis meses de mesas, como a exclusão da cláusula 6ª do ACT Banrisul”, aponta Luciano Fetzner, coordenador da COE e presidente do SindBancários Porto Alegre.
Acesse AQUI a resposta do Banrisul ao ofício da COE
Após ambas as partes reiterarem o consenso de que o acordo acontecer é importante para a instituição, a COE apontou as divergências do Movimento Sindical em relação à proposta, listando os pontos que precisam melhorar: o descenso ocorrer somente após três períodos a partir de 2026; haver proporcionalidade na distribuição de promoções de nível (isonomia) entre as tabelas de funções gratificadas de 6h; que o artigo 79 (incorporação proporcional) do regulamento de pessoal seja estendido a todos os empregados; e que a normatização respeite o que diz o artigo 5º, inciso XXXVI da CF.
A COE insistiu, reiteradamente, que os valores das tabelas precisam ser reajustados e sugeriu uma série de alternativas para melhorar a proposta. No entanto, o Banco afirmou que não tem mais como avançar e deu a negociação por encerrada. O Banrisul também entregou uma proposta de minuta de acordo com mais de 40 páginas, que está em análise pela assessoria jurídica em paralelo. A minuta de acordo está sob análise minuciosa das assessorias jurídica e econômica da Fetrafi-RS, com foco especial nos pontos que não passaram pela mesa e nas possíveis inconstitucionalidades detectadas pela COE.
“A postura do Banco nesse momento faz parecer que não estão realmente interessados em fechar esse acordo”, observa a diretora da Fetrafi-RS e coordenadora da COE, Raquel Gil de Oliveira. “Qualquer acordo deve se basear no debate feito em mesa. E a minuta que recebemos ontem não reflete isso, chega a ser um desrespeito com a negociação”, complementa a dirigente. Diante disso, a COE mantém a posição crítica à proposta de reestruturação entregue pelo Banrisul e volta a se reunir na semana que vem para concluir a análise e definir os próximos passos.
Fonte: Fetrafi-RS