1º de maio reúne trabalhadoras e trabalhadores de Pelotas em ato promovido por Centrais Sindicais

Além das manifestações políticas, o ato contou com atrações musicais, bancas de materiais diversos e atividades destinadas às crianças, com distribuição gratuita de pipoca e algodão-doce

O 1º de maio de 2025 ficará marcado na história do movimento sindical da cidade de Pelotas. Reunidos, na tarde da última quinta-feira, em frente à Casa do Trabalhador, que fica localizada à rua Santa Cruz, esquina com a rua Major Cícero, centenas de pessoas prestigiaram o ato cultural e político organizado pelas quatro principais centrais sindicais do país: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB). O evento contou com a presença de músicos já destacados na cena local, como: Leu Kalunga, Banda R.A.M e Xana Gallo.

Para Ana Paula Fonseca, coordenadora da CUT Regional Sul, a data foi muito especial, sobretudo pelo fato de que, em anos anteriores, o tempo não colaborou, com muitas chuvas e, inclusive, em 2024, com a enchente que se abateu sobre o Rio Grande do Sul. “Em 2023 tivemos muita chuva e, no ano passado, foi ainda pior, mas realizamos um ato solidário. Agora, a gente trouxe uma nova proposta, unificando as bandeiras das centrais sindicais e fazendo um ato alusivo aos 80 anos da Casa do Trabalhador, que é um espaço muito importante para todas as trabalhadoras e os trabalhadores de Pelotas”, explicou a sindicalista, que comemorou a grande presença de público no 1º de Maio.

Unidade na luta do movimento sindical

Durante o ato, lideranças sindicais se manifestaram em relação às principais bandeiras de luta da classe trabalhadora, nos dias de hoje, que são: o fim da escala 6×1, a redução da jornada de trabalho, a isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil reais, a taxação dos super-ricos e o repúdio à anistia para os golpistas do 8 de janeiro.

Na avaliação de Célio Vieira, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Pelotas (SecPel), representante da Força Sindical, as bandeiras unitárias mostram a unidade dos sindicatos, para além das diferentes vinculações partidárias, constituindo-se em um momento histórico de luta da classe trabalhadora. “São muitas as lutas em comum. A atualização da tabela do imposto de renda, por exemplo, é uma bandeira antiga dos trabalhadores; afinal, uma grande maioria recebe um salário muito baixo e ainda paga imposto. É um passo muito importante que estamos dando, hoje, no sentido de que os trabalhadores que recebem até R$ 5 mil sejam isentos do pagamento do imposto de renda, porque não estamos falando de renda e sim de remuneração”, exemplificou.

Célio também ressaltou a importância de não haver divisão no sindicalismo. “Acredito que, aqui em Pelotas, estamos dando uma demonstração do quanto é importante não existir divisão, já que as bandeiras de luta dos trabalhadores são as mesmas. Precisamos estar unidos para que tenhamos cada vez mais força. Nesse ato, ninguém deu ênfase a partido nenhum, mas estamos conscientes de que precisamos eleger candidatos que sejam representantes da classe trabalhadora, porque são eles que vão lutar pelos nossos direitos”, ressaltou o representante dos comerciários que saudou, ainda, a nova Portaria estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), regulamentando o trabalho nos feriados, que entra em vigor ainda em julho deste ano.

Pelotenses atenderam ao chamado

Claudiomiro Amaral, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Pelotas e Região (STTRP), representante da CSB, chamou a atenção para o fato de que todas as centrais sindicais que organizaram o 1º de Maio, em Pelotas, são parte integrante do coletivo que administra a Casa do Trabalhador, evidenciando a unidade das mais diversas categorias em torno das bandeiras que estão sendo levantadas pelo movimento sindical em todo o Brasil. Ele também saudou a participação do público, no ato, e parabenizou a organização das atividades. “Mesmo com poucos recursos, conseguimos mobilizar um bom público em torno das pautas dos trabalhadores e isso só foi possível graças ao empenho de quem esteve à frente desta mobilização, tornando pública a nossa luta e a nossa pauta de reivindicações”, disse.

Conforme lembrou a presidenta do Sindicato de Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade de Pelotas, Simone Goulart, que esteve representando a CTB, no ato, um dos momentos mais importantes foi a leitura de uma carta unitária, que se destina à comunidade de Pelotas, apresentando as bandeiras de luta de todos os sindicatos presentes. “Foi possível expressar o sentimento das trabalhadoras e dos trabalhadores da nossa região, que se fizeram presentes ou estiveram representados por meio das diretorias dos seus sindicatos, conselhos e partidos políticos”, enfatizou.

Confira a Carta do 1º de Maio de 2025

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Redação: Eduardo Menezes / SEEBPel

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