Audiência na Câmara debate papel da Caixa na recuperação da economia do país

Não faz sentido algum vender o patrimônio público, enfraquecer a atuação de um banco como a Caixa que é parceiro histórico dos mais pobres, da indústria, da habitação, do saneamento e da infraestrutura, do setor produtivo do país. A opinião é do deputado federal Zé Neto (PT-BA) que presidiu na última segunda-feira, dia, 5 a audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados sobre o papel da Caixa Econômica Federal e sua importância na recuperação da economia. 

“Esse é um primeiro passo que estamos dando para levar esse debate à sociedade, não podemos nos omitir”, afirmou ele, que foi o autor da proposta de audiência na Comissão. O parlamentar lembrou que enquanto países como o Reino Unido e os EUA estão investindo em bancos públicos e liberando recursos públicos para investimentos sociais, no Brasil há um esvaziamento da função social da Caixa e de programas que incentivam o setor produtivo da construção civil, por exemplo. 

A tentativa de esvaziar as funções da empresa e sua relevância, no entendimento do presidente da Fenae, Sergio Takemoto, um dos convidados do debate, são estratégias do governo para privatizar por fatias a empresa. Ele lembra que os empregados da Caixa desenvolveram um aplicativo, o Caixa Tem, e a direção já anunciou que será transformado em banco digital, várias das atividades da Caixa seriam transferidas para esse banco, que depois abriria seu capital.

Coordenadora do Comitê em Defesa das Empresas Públicas e representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano lembrou que parte do projeto de privatização do governo é feito por meio da criação de subsidiárias, empresas que recebem funções da empresa mãe e que depois podem ser oferecidas ao mercado.  Uma “manobra criativa”, como ela definiu, para burlar a deliberação de 2019 do Supremo Tribunal Federal, que proibiu a privatização de estatais sem o aval do Congresso Nacional, mas permitiu a venda de subsidiárias dessas estatais pelo governo Federal. 

Diante da ausência do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o representante designado pela empresa, Domício Tinoco, limitou-se a apresentar os dados dos atendimentos em 2020 e das contratações em 2021 (em março foram anunciadas 2766 contratações, sendo que somente no último ano 2943 pessoas se desligaram da empresa pelo PDV); e alertou contudo que a abertura de novas agências será com remanejamento de pessoal e não com novas contratações. 

Fonte: Fenae, com edição SEEB Pelotas e Região

Posts Relacionados

Isso vai fechar em 20 segundos

Fale com o sindicato
Pular para o conteúdo