Bancárias debatem desigualdade com a Fenaban

Um ano após a aprovação do canal de atendimento às bancárias vítimas de violência, a mesa bipartite temática de Igualdade de Oportunidades fez uma avaliação da conquista.

Nesse tempo, mais de 120 casos foram atendidos. Representantes da Comissão de Gênero, Raça, Orientação Sexual e Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência (CGROS), do Coletivo de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se reuniram para discutir o canal e também outras pautas como a desigualdade salarial e os problemas de ascensão profissional para as mulheres.

Reivindicações

Além do canal de atendimento, faz parte do acordo negociado com os bancos um programa de treinamento para os funcionários. Outra parte do debate da mesa foi sobre cobranças feitas à Fenaban. Apesar das bancárias terem obtidos conquistas importantes ao longo de anos de luta da categoria, a desigualdade entre homens e mulheres ainda perdura. Estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese) mostra que, no ritmo atual, as mulheres bancárias levarão 88 anos para que seus rendimentos se equiparem ao dos colegas homens.

No estudo, apresentado durante a reunião, está registrado que em 2003, a diferença da remuneração média entre homens e mulheres no setor bancários era de 26,08%. Em 2018, a diferença era menos, mas estava em 21,75% No mercado de trabalho brasileiro, a diferença é de 18%, menor do que no setor bancário.

Desigualdade

A desigualdade também afeta as bancárias na ascensão profissional. O estudo do Dieese mostra que é maior a proporção de homens com mais de três promoções na carreira, de 31,7%, contra 19,9% das bancárias. Na reunião foi cobrado também mais informações sobre o aceso das mulheres aos novos empregos na área de tecnologia. No Itaú, por exemplo foram contratadas em 2020 cerca de 4 mil pessoas entre cientistas de dados, engenheiros e equipes de Tecnologia da Informação (TI).

O estudo do Dieese também mostra que as mulheres negras são as maiores vítimas da desigualdade. Em 2020, a taxa de desocupação das mulheres não negras era de 13,5%, enquanto que a das mulheres negras era de 19,8%. A mulher negra precisa trabalhar o dobro do tempo do que um homem branco para ter a mesma renda.

Pandemia

A pandemia também foi tema da reunião. Causa de vários problemas para as mulheres, a pandemia tem de ser combatida com isolamento social e a vacina. Por isso, as representantes da Contraf-CUT destacaram a necessidade de se lutar pela vacina já. A Contraf-CUT enviou carta ao Ministério da Saúde reivindicando que os bancários da linha de frente no atendimento á população durante a pandemia estejam na lista de prioridade para a vacinação.

Fonte: Contraf-CUT, com edição SEEB Pelotas e Região

Arte: Eduardo Menezes – SEEB Pelotas e Região

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