Fechamento da Agência Princesa do Sul expõe avanço do desmonte da Caixa e ameaça atendimento à população de Pelotas
O Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região manifestou forte preocupação diante do anúncio de fechamento da Agência da Caixa Econômica Federal Princesa do Sul (1594), localizada no centro de Pelotas, previsto para ocorrer em menos de 30 dias. A entidade solicita a imediata reconsideração da medida e a reabertura do diálogo institucional, apontando riscos relevantes para trabalhadores, usuários e para a prestação de serviços essenciais na cidade.
Segundo o Sindicato, a decisão apresentada sob o argumento de “reposicionamento” para criação de um Posto de Atendimento (PA) Pessoa Jurídica carece de fundamentação técnica, transparência e critérios claros. A entidade afirma que medidas desta natureza devem observar princípios da administração pública, como motivação, eficiência, proporcionalidade e razoabilidade, além das diretrizes de governança e responsabilidade impostas às empresas estatais.
“Em seu conjunto, o processo não representa apenas o fim de uma unidade. Sinaliza a continuidade de um projeto de encolhimento da Caixa, que fragiliza o papel histórico do banco como agente de políticas públicas e como instituição de Estado voltada ao desenvolvimento social. Cada fechamento de agência representa menos atendimento presencial, menos capilaridade e menos compromisso com a população que mais precisa de serviços bancários públicos”, afirma Lucas Cunha, diretor de Comunicação e Cultura do Sindicato e trabalhador da Caixa.
Unidade estratégica para a cidade e para população vulnerável
Fundada em 1989, a Agência Princesa do Sul acumula histórico de atendimento voltado a benefícios sociais e demandas de trabalhadores, mantendo até hoje forte presença no atendimento de FGTS, seguro-desemprego, programas sociais do Governo Federal, liberação de numerário e serviços de tesouraria.
Os dados reforçam o peso da unidade na rede local:
• 27.160 contas ativas
• 3,5 mil atendimentos mensais
• 29 empregados da Caixa
• 8 trabalhadores terceirizados vinculados ao funcionamento da agência
• Cinco caixas humanos, essenciais para atendimento com dinheiro físico, cada vez mais reduzido na cidade
Para o Sindicato, o encerramento da unidade eliminaria um dos principais pontos de atendimento presencial com numerário de Pelotas, impactando diretamente idosos, trabalhadores informais, beneficiários de programas sociais e usuários que dependem de atendimento humanizado.
Fechamento sem justificativa técnica consistente
A entidade destaca a ausência de estudos, dados ou critérios que expliquem por que a Agência 1594 teria sido escolhida para encerramento. O Sindicato reforça que decisões dessa natureza precisam ser embasadas em diagnóstico real da demanda, análise de impacto social e funcional, além de avaliação dos riscos à população que necessita de atendimento presencial, especialmente em serviços que envolvem numerário.
Riscos funcionais e trabalhistas
O fechamento da 1594 implicaria no remanejamento de 29 empregados, muitos ocupando funções comissionadas, incluindo gerentes de varejo, gerentes PF, caixas e tesoureiros, com risco concreto de redução de renda, em especial por rebaixamento de porte de unidade.
Além disso, a extinção de cinco postos de caixa e de uma tesouraria agravaria o quadro já limitado de atendimento presencial na cidade, sobrecarregando outras unidades e prejudicando justamente a população que necessita de serviços presenciais.
“A mobilização segue. A sociedade de Pelotas merece ser ouvida. E a Caixa, enquanto patrimônio público, não pode seguir perdendo espaço às custas da população e dos trabalhadores”, finaliza Lucas Cunha.

