Dia de Luta denuncia terceirização e fechamento de agências no Santander

Mobilização nacional defende emprego digno, saúde dos trabalhadores e atendimento de qualidade aos clientes.

Dentro da campanha nacional do movimento sindical, foi realizado, nesta quarta-feira (28/05), o Dia de Luta no Santander. Em Porto Alegre, dirigentes do SindBancários, da Fetrafi-RS e de sindicatos filiados protestaram em frente à agência Centenária, no Centro Histórico. O ato teve a participação da bateria do Areal da Baronesa, dando o tom da mobilização.

A manifestação denuncia a política de reestruturação do banco, que vem precarizando o trabalho, promovendo o fechamento de agências, aumentando a terceirização, realizando contratações consideradas fraudulentas e intensificando o assédio moral. Mesmo com lucros bilionários, o Santander adota medidas que sobrecarregam funcionários, favorecem o adoecimento e prejudicam o atendimento à população.

“O Santander é uma concessão pública no Brasil e, como tal, tem responsabilidade social. Porém, mesmo representando 20% do lucro global do banco, o país assiste a uma política de exploração de trabalhadores e clientes. As agências são fechadas, os clientes percorrem distâncias absurdas para atendimento, e os juros cobrados são abusivos”, criticou Luiz Cassemiro, diretor do SindBancários e representante do RS na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

Banco lucra alto, mas reduz agências e empregos

De acordo com Luciano Fetzner, presidente do SindBancários, o Santander lidera um movimento de precarização no setor bancário. “O banco transforma relações formais em relações precarizadas, sem direitos, sem carteira assinada. O Santander fecha agências, encerra atendimentos presenciais e desrespeita trabalhadores e clientes. Por isso, estamos aqui para denunciar e vamos usar todos os meios, seja na luta, seja na Justiça, para interromper a sanha de precarização do trabalho que o Santander vem puxando no mercado financeiro”, afirmou.

Nos últimos anos, o banco espanhol encerrou 50 agências no Rio Grande do Sul, sendo 30 só em Porto Alegre. Hoje, a única agência restante no Centro é a Centenária. Essa retração tem impactos diretos na economia local e representa abandono de comunidades inteiras, que ficam desassistidas de serviços bancários básicos. A realidade no interior do estado é ainda mais preocupante. “Há locais em que, quando fecha uma agência, os moradores precisam viajar para outra cidade para conseguir atendimento. Isso é um desrespeito e uma vergonha! Vamos seguir na luta para defender os colegas e a população desassistida”, alertou Edson da Rocha, diretor da Fetrafi-RS.

Terceirização e adoecimento: um modelo insustentável

Outro ponto de denúncia das entidades é o modelo de reestruturação do Santander, que envolve contratações terceirizadas que burlam a legislação trabalhista. “O banco contrata trabalhadores para exercer funções bancárias sem reconhecer seus direitos, apenas para cortar custos e elevar lucros, isso é fraude! O sistema financeiro brasileiro não é regulamentado e os bancos estrangeiros vêm pra cá e não respeitam nossas leis”, denunciou Everton Gimenis, vice-presidente da CUT-RS.

Essas práticas, além de contribuírem para o fechamento de agências, distorcem a base de tributação, não refletindo a realidade dos lucros obtidos pela instituição financeira. “Nos últimos cinco anos, o Santander criou mais de 30 empresas para terceirizar a atividade-fim, o que tem gerado sobrecarga de trabalho para os colegas, precarização do atendimento e redução da arrecadação para a União, já que o banco paga menores salários e menos benefícios ao terceirizar e explorar os trabalhadores. Exigimos que o Santander respeite os trabalhadores e a população brasileira”, afirmou Cassemiro.

Os efeitos já são visíveis na saúde da categoria, com um aumento alarmante nos casos de adoecimento mental e afastamentos por pressão e metas abusivas. “Todos os dias bancários sobem a Rua da Ladeira e buscam ajuda no Sindicato, cansados, adoecidos de ter que bater meta atrás de meta. O Santander é o vilão da terceirização, com esse projeto de enfraquecimento da categoria bancária. Temos que lembrar que bancário não é despesa, é fator multiplicador de lucro dos bancos. Mas quanto mais os bancos lucram, menos saúde e realização os bancários têm”, lamentou Rodrigo Rodrigues, diretor de Saúde do SindBancários.

A mobilização desta quarta-feira foi mais um capítulo na luta contra a lógica de exploração adotada pelo Santander. O movimento sindical reforça que continuará atuando em todas as frentes para barrar os retrocessos e defender os direitos dos trabalhadores e da população.

Fonte: SindBancários Porto Alegre e Região

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