Projeto Mãos que Movem auxilia jovens do Dunas a ingressarem na carreira bancária

Iniciativa social é voltada para jovens, carentes, que residem no loteamento Dunas, em Pelotas

Este mês de outubro marca um importante momento na vida de um grupo de jovens pelotenses, que residem no bairro Dunas, e pretendem seguir a carreira bancária. A partir da iniciativa da bancária Mariana Gomes Garcia e de seus colegas de trabalho, o bairro é o primeiro a ser contemplado no Projeto “Mãos que Movem”, cujo intuíto é auxiliar jovens da periferia a ingressarem em alguma intituição financeira da cidade ou da Região. Conforme explica Mariana, para que isso ocorra, é preciso que, durante o processo seletivo, o candidato tenha alguma certificação, como o CPA10, que é foco da ação desenvolvida. Esta qualificação é válida tanto para quem deseja trabalhar em Cooperativas de Crédito quanto em bancos púbicos ou privados.

“Nossa proposta é auxiliar no processo de obtenção desta certificação e, também, nos passos subsequentes, para o ingresso deles em alguma instituição financeira. A carreira bancária, em tese, é meritocrática; ou seja, só depende de nós mesmos mostrarmos nosso valor, nosso trabalho honesto, nossa vontade de fazer a diferença. Muitas vezes os jovens só buscam uma oportunidade e queremos dar este suporte porque acreditamos que pode ser uma chance de mudança de vida para eles, assim como foi para nós”, explica a bancária.

Mariana conta, ainda, que sempre esteve engajada em ações e projetos sociais e que, chegando a Pelotas, sentiu um pouco de dificuldade para encontrar profissionais qualificados para as vagas que precisava contratar. “Como a instituição na qual trabalho tem focado na diversidade, eu tinha o desejo de ter um time diverso; com isso veio a ideia de apoiar jovens das comunidades a terem acesso a certificação inicial para o mercado financeiro”, relembra.

Mãos que Movem

O nome “Mãos que Movem” surgiu de um conversa entre os envolvidos no Projeto, sendo uma decisão conjunta e de forma unânime”, conta Mariana ao reconhecer que “ninguém faz nada sozinho”, mesmo que a ideia tenha partido dela. “Jamais seria possível iniciar este projeto sem a ajuda do time que montei, aqui, na cidade, e que, hoje, é a minha família, já que vim de São Paulo, sozinha, e passo a maior parte do meu dia com eles. O “time” ao qual se refere a bancária, conta com a presença de mais cinco bancários, além da própria gerente; são eles: Jéssica Schiller, Lucas Aguiar, Vanessa Monteiro, Vithor Oliveira e Vitor Aramburu.

“Quando sugeri o projeto a eles, imediatamente me apoiaram e se propuseram a participar de tudo; desde a elaboração, a criação da página, a divulgação do Projeto e até a participação nos encontros que temos, duas vezes por semana, com os jovens. “Somos todos bancários, mas creio que podemos alcançar profissionais de várias áreas para apoiar este projeto com o tempo”, explica a idealizadora do Mãos que Movem.

Envolvimento com o CDD e com o Sindicato dos Bancários

Mariana lembra, também, que, quando o Projeto ainda estava no papel, pediu para que os colegas, naturais de Pelotas, listassem os bairros que tinham comunidades carentes e, dentre as regiões citadas, o Dunas foi o primeiro ser lembrado. “Depois troquei ideias com mais pessoas, da cidade, que fiz amizade, e pedi a mesma relação de bairros carentes com Comunidades que necessitassem de uma inserção social como essa. Novamente, o Dunas foi o primeiro a ser mencionado”, conta.

Em uma terceira oportunidade, ao expor a ideia em uma reunião junto a diretores do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região, outra vez o Dunas acabou aparecendo como a principal região de Pelotas para dar início ao Projeto. A partir daí, também vieram os contatos com as lideranças do bairro e a confirmação de que seria possível realizar uma visita ao Comitê de Desenvolvimento do Dunas (CDD). “Acredito que nada é por acaso. Este Projeto, por alguma razão, tinha que iniciar no Dunas. Mas temos vontade de expandir para outras comunidades, nas próximas turmas que, se Deus quiser, vamos ter a oportunidade de criar”, comemora a bancária.

Primeiros passos

O Projeto teve início no dia 3 de outubro, com perspectiva para encerrar a primeira turma no dia 21 de novembro, mas a data ainda pode ser alterada. “A cada encontro nós vamos sentindo se os jovens estão assimilando o conteúdo e, através de simulado. Por isso, se precisar, vamos postergar o término” revela.

O número de jovens participando do Projeto, nesta etapa inicial, é de 10 pessoas, de 16 a 22 anos, sendo que a expectativa é de que todos eles possam estar preparados para realizar a prova ainda neste ano de 2023. “Até lá poderemos arrecadar o recurso que precisamos para custear a ida deles a Porto Alegre, pagando a inscrição das provas de todos. Esperamos, também, que, após conquistarem a certificação, nós possamos encaminhar esses jovens para entrevistas nas instituições financeiras, da cidade, e que eles possam, de fato, iniciar a carreira no mercado financeiro”, projeta Mariana.

A escolha dos participantes, conforme conta a gerente, ficou a cargo das lideranças do bairro. “Como chegamos no CDD Dunas e já tinham vários outros projetos sociais, no local, optamos por deixar os coordenadores do espaço responsáveis pela escolha de quem iria participar. Não fomos nós do Mãos que Movem que selecionamos os jovens; foram as responsáveis pelo CDD, que vieram com as fichas. Após explicar, em detalhes, como se daria este processo, todos eles aceitaram.

Ao explicar o processo de seleção dos primeiros jovens a participarem do Projeto, Simone Martins, uma das lideranças do CDD, explica que foram escolhidos moradores da comunidade que pertencem a famílias que são atendidas pelo Comitê ou que tenham vínculo com algum projeto. “Esse projeto vem potencializar o nosso trabalho com a comunidade, porque não mostra para todos que os nosssos jovens são capazes de se inserirem no mercado de trabalho e mudarem suas vidas”, avalia.

Conforme matéria publicada pelo jornalista Carlos Cogoy, no Diário da Manhã, o CDD teve origem em 1996, com o objetivo de contribuir na melhoria das condições sociais e econômicas de seus moradores. Formalizado, em 1998, enquanto organização não-governamental, o espaço se deselvolveu a partir de uma cooperação técnica entre Brasil e Alemanha – com destaque para a Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit” (GTZ) – uma sociedade alemã, sem fins lucrativos, que atuou, na época, a partir do então Ministério da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ).

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