Já são 388 vidas perdidas para a Covid-19, em Pelotas, desde o início da Pandemia, no mês de março de 2020. Na tarde desta última quinta-feira (4), o município registrou mais três óbitos e 221 novos casos, de um total de 23.320 contaminados na cidade. Em todo o país, o cenário é avassalador. Na quarta-feira (3), foram registradas mais 1.910 mortes, em apenas 24h, estabelecendo um novo recorde diário de óbitos em decorrência da doença. Conforme levantamento realizado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, o Brasil já ultrapassou os Estados Unidos no número de mortes diárias.

Ao comentar a situação, em âmbito global, o epidemiologista Pedro Hallal, ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), afirma que o Brasil é uma vergonha internacional no enfrentamento à Pandemia. “Estudos internacionais revelam que três, de cada quatro pessoas que morreram, no Brasil, devido à contaminação pelo vírus, não teriam morrido se o Governo Federal não fosse um fracasso absoluto no enfrentamento da Pandemia”, critica.

É preciso vacinação em massa

Hallal alerta para o fato de que as variantes do vírus estão contribuindo para a situação caótica que está sendo enfrentada, mas, por outro lado, explica que a questão central é o fator de proteção que somente as vacinas podem trazer. De acordo com o pesquisador, apenas a vacinação, em larga escala, vai diminuir a chance da variante circular. “A variante, em primeiro lugar, obviamente, causa o vírus, então, faz com que mais gente seja infectada, mas, quando tem mais gente infectada e o vírus circula mais, surgem mais variantes”, explica.

Diante do quadro atual, o epidemiologista chama à atenção para a necessidade dos governos estadual e municipal manterem a restrição da circulação, que está em vigor neste momento, em que todo o Rio Grande do Sul está adotando protocolos de bandeira preta. “A restrição da circulação, que está vigente, em Pelotas, hoje, tem que continuar e, inclusive, ser intensificada” afirma Pedro Hallal.

Confira, abaixo, a entrevista concedida pelos professores Pedro Hallal e Eraldo Pinheiro ao programa Sociedade em Debate, da RádioCom. Na oportunidade, eles abordam, também, o processo administrativo disciplinar instaurado pela corregedoria da Controladoria-Geral da União (CGU), após realizarem críticas à Bolsonaro:

Redação: Eduardo Menezes – SEEB Pelotas

Foto: Reprodução/Academia Brasileira de Letras