Sindicato participa de mobilização em defesa da competência da Justiça do Trabalho
Autor de comentários racistas no Facebook vira réu na Justiça Federal
Internauta que disse que negros são “desprovidos de inteligência” está sujeito a pena de prisão de dois a cinco anos e pagamento de multa. Justiça acatou denúncia do Ministério Público Federal em SP
Para o MPF, “o denunciado, de maneira livre e consciente, praticou e incitou preconceito de raça contra a população negra”
Foto: Arquivo/EBC
Um internauta de Ribeirão Preto (SP) tornou-se réu na Justiça Federal de São Paulo pelo crime de racismo nas redes sociais. Se for condenado, poderá cumprir pena de prisão de dois a cinco anos e pagamento de multa. As sanções são previstas no artigo 20 da Lei 7.716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. A reportagem é da RBA.
A Justiça acolheu denúncia do Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP), que atendeu a representação registrada na Sala de Atendimento ao Cidadão, um serviço online no site do MPF.
Em setembro do ano passado, o usuário publicou comentários no Facebook com ofensas a afrodescendentes, que, segundo ele, seriam “desprovidos de inteligência”. Nas mensagens, postadas em uma publicação da página “Pense, é grátis”, o internauta referia-se a uma diferença racial entre humanos que ele acredita existir como “resultado de milhares de anos de evolução”. O réu atribuiu a esse “processo natural o fato de brancos e negros possuírem habilidades físicas e mentais diversas”.
“Por exemplo negros no geral são desprovidos de inteligência, mas tendem a ser mais fortes, os brancos por outro lado mais fracos porém mais inteligentes e isso é o resultado da adaptação genética, impossível não perceber que existe sim diferença entre os povos, mas insistem em dizer que não”, diz trecho de um dos comentários.
Em depoimento às autoridades, o internauta admitiu ser o autor das postagens. “Extrai-se que o denunciado, de maneira livre e consciente, praticou e incitou preconceito de raça contra a população negra”, destacou a procuradora da República Daniela Gozzo de Oliveira, do MPF-SP, autora da denúncia.
Rede Brasil Atual