Três doses da Pfizer neutralizam ômicron, apontam estudos preliminares

Estudos preliminares da BioNTech e Pfizer demonstram que três doses de sua vacina contra a covid-19 neutralizam a variante ômicron do coronavírus. Segundo comunicado das empresas divulgado nesta quarta-feira (8), o resultado obtido um mês após a terceira dose é comparável ao observado após duas doses contra outras cepas.

No comunicado, os fabricantes também explicaram que duas doses da vacina resultaram em um número de anticorpos neutralizantes significativamente mais baixo, mas que uma terceira dose aumenta a quantidade em 25 vezes.

Ainda de acordo com a Pfizer e BioNTech, mesmo com a queda dos anticorpos neutralizantes após duas doses, o imunizante segue protegendo contra as formas graves da doença. “Embora duas doses da vacina ainda possam oferecer proteção contra forma grave causada pela cepa ômicron, a partir desses dados preliminares está claro que a proteção é melhorada com uma terceira dose”, disse Albert Bourla, presidente e CEO da Pfizer.

A aplicação das três doses da Pfizer, no Brasil, está liberada desde novembro, após a autorização concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A dose de reforço é indicada para maiores de 18 anos e deve ser aplicada seis meses depois da segunda aplicação.

Especialistas comentam

O pesquisador e divulgador científico Atila Imarino reforça a necessidade da vacinação diante da facilidade da ômicron conseguir circular mais entre vacinados do que as outras linhagens do coronavírus. “Primeiros resultados de Omicron contra as vacinas saindo, com sinais de que ela escapa parcialmente da imunidade da Pfizer com duas doses, mas não completamente. Curados que tomaram duas doses continuaram mais protegidos. Ou seja, tome sua dose de reforço e, mesmo se teve Covid, se vacine”, tuitou.

Para a biomédica e coordenadora da Rede de Análise Covid-19, Mellanie Fontes-Dutra, a notícia divulgada pela Pfizer é mais um ponto para que seja feito o reforço vacinal no Brasil. Por meio de seu perfil no Twitter, ela explicou como funciona o “escape parcial de anticorpos neutralizantes”.

“Isso significa que a variante, por exemplo, consegue ‘driblar’ alguns anticorpos. Não todos. Ou seja, tem ainda muito anticorpo que se liga e neutraliza ela. Isso não significa perda de proteção. A proteção imunológica não é só anticorpo neutralizante. Há vários outros tipos de anticorpos que tem relevância. Ainda, temos as células do sistema imunológico, que são muito menos dribláveis, cujas zonas de reconhecimento seguem bem conservadas (ou seja, bem ‘parecidas’ entre as variantes). O sistema imune soma muitas camadas de defesa, e nós devemos nos inspirar nisso e fazer o mesmo”, afirmou a cientista.

Fonte: Rede Brasil Atual

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