Presidente do Banrisul admite entregar controle da Banrisul Cartões

Em sabatina, na tarde da última quarta-feira, 18/8, na Assembleia Legislativa, o presidente do Banrisul, Claudio Coutinho, admitiu entregar o controle da Banrisul Cartões, atendendo aos interesses do governador Eduardo Leite (PSDB), mas deixou de responder perguntas dos deputados.

Desde 2019, quando assumiu o banco público dos gaúchos, no mês de julho, Coutinho tem seguido a cartilha neoliberal: sucatear as empresas públicas e vende-las como se não fossem eficientes. Essa é a fórmula da austeridade, ancorada em um discurso mais amplo de ataque aos servidores públicos, congelamento de salários e aumento de impostos.

O resultado desta política econômica para o Banrisul não poderia ser outro: fechar agências, demitir funcionários por PDV, ampliar as metas, não fornecer máscaras PFF2, admitir até mesmo entregar controle acionário da Banrisul Cartões.

Em pouco mais de uma hora e meia, Coutinho ao lado do diretor comercial do banco, Fernando Postal, foi sabatinado por um grupo de deputados estaduais . Apenas deputados do PT fizeram perguntas, travaram embate cuja premissa era buscar contradições e demonstrar, por meio de uma inequívoca sucessão de fatos, que a administração de Coutinho, se não é desastrosa, poderia ser muito melhor.

Ficou claro que o Banrisul perdeu terreno com o financiamento público. Basta acessar o site da B3 para saber que as ações do Banrisul caíram. Para ele, a venda da Banrisul Cartões faz parte de um dilema estrutural em que o Banrisul está metido. Não pode mais crescer para fora do Estado em número de agências, porque Coutinho as mandou fechar, e precisaria investir na aventura de ampliar sua carteira no campo virtual do sistema financeiro. Daí, chamar o JP Morgan para prospectar parceiros – que possam até ficar com a maior fatia da Banrisul Cartões – e procurar ampliar a marca Vero (ou outro nome quem sabe) para além do Rio Mampituba.

Coutinho, em resumo, pensa que o Banrisul precisa ter menos funcionários para concorrer no mundo virtual. Mesmo que o custo seja a sobrecarga de trabalho, a falta cada vez mais sentida de funcionários para o atendimento nos caixas.

Assista à íntegra da reunião na AL:

Fonte: Imprensa SindBancários, com edição SEEB Pelotas e Região

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