#24j: Bancários de Pelotas se somam à manifestação pelo Fora Bolsonaro

Em mais uma grande mobilização, em Pelotas, cujo protagonismo ficou por conta do movimento negro da cidade, a categoria bancária esteve mais uma vez mobilizada pelo impeachment de Bolsonaro, por vacina para toda a população e por um auxílio emergencial digno para as famílias em situação de vulnerabilidade. Organizado pela Frente em Defesa do Serviço Público, das Conquistas Sociais e Trabalhistas de Pelotas, o #24JForaBolsonaro teve início às 10h30min, deste sábado (24), com uma marcha que se deslocou do Mercado Central até o Altar da Pátria.

Seguindo todos os protocolos de segurança, as manifestações já se consolidaram, no município, como um movimento também de conscientização sobre a negligência do Governo Federal em relação à gestão da Pandemia. Ao longo de todo o percurso, foram disponibilizadas máscaras PFF2 e álcool, em gel, tanto para quem aderiu ao protesto, quanto para quem estava nas ruas, trabalhando, ou aguardando o transporte público, nas paradas de ônibus.

A adesão ao movimento pelo impeachment de Bolsonaro, em todo o país, tem se intensificado nas últimas semanas, principalmente após a confirmação de envolvimento do governo no escândalo da compra de vacinas contra a Covid-19, cuja principal denúncia dá conta de que o atual presidente da República não teria tomado providências após ser informado do que estava acontecendo no Ministério da Saúde.

É preciso ser antirracista

Ao chegar no Altar da Pátria, o movimento negro de Pelotas, que ao longo de todo percurso esteve denunciando, também, o aumento da violência e da pobreza entre a população negra e periférica da cidade, do estado e de todo o país, durante o Governo Bolsonaro, assumiu, definitivamente, o comando da manifestação. As lideranças negras da cidade deixaram registrado todo o seu repúdio ao caso de racismo sofrido por uma estudante do curso técnico de Enfermagem, no último dia 9 de julho, durante a vacinação contra a Covid-19, no drive-thru que está funcionando no Centro de Eventos.

“Nós estamos, aqui, para denunciar o ato de racismo que aconteceu, em Pelotas, em que a nossa companheira foi violentada. E ela não foi violentada apenas por aquele homem que se colocou como racista. Ela foi violentada por todo o povo que se diz antirracista, mas que, na hora de vir para a luta, não está com a gente. Eu quero, mais uma vez, convocar as pessoas não negras que se colocam como antirracistas que sejam nossos escudos na luta, que estejam conosco e que coloquem seus privilégios à disposição da luta antirracista, porque não haverá democracia neste país enquanto existir racismo”, ressaltou a servidora pública e psicóloga, Iya Sandrali de Campos Bueno, durante o encerramento da manifestação.

Corroborando com a fala de Iya Sandrali, Júlio dos Santos, outra importante liderança negra de Pelotas fez um desabafo, apelando para a sensibilidade e empatia da população neste momento tão conturbado pelo qual atravessa o país. “Uma das piores coisas que posso ter na minha consciência é o pensamento de como será o futuro da minha neta, do meu neto, dos meus filhos. Por isso, hoje, saímos às ruas dizendo ‘Fora’ a um governo que não está respeitando nem aquela minha neta, nem aquela minha bisneta e nem a mim, que estou com 71 anos”.

Redação e fotos: Eduardo Menezes / SEEB Pelotas e Região

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