Pedro Hallal afirma que saúde pública e economia de Pelotas poderiam estar em situação melhor

Mesmo sem ter participado da elaboração de nenhuma das notas emitidas pelo Comitê UFPel Covid-19, o ex-reitor e pesquisador da Universidade, Pedro Hallal, se posicionou à respeito das últimas orientações científicas do Comitê sobre a Pandemia em Pelotas.

“Eu assino embaixo de todas elas, integralmente. Essa última nota, eu acho que o Comitê cometeu um erro. Não deveria ter recomendado um lockdown de 14 dias, mas, sim, de 21 dias”, afirmou Pedro, em entrevista ao Programa Contraponto da RádioCom.

Para Pedro, durante do toda a Pandemia, a posição do Comitê tem sido correta, estando de acordo com o que a ciência recomenda. “Se o Comitê da UFPel tivesse sido ouvido corretamente a situação da saúde pública e da economia de Pelotas estariam muito melhores”, explica o pesquisador.

Nesta última segunda-feira (3), o município registrou mais sete mortes em decorrência da contaminação pelo coronavírus. Ao todo, já são 711 vidas perdidas para a doença na cidade. O número de contaminados já ultrapassa os 36 mil, sendo que 107 novos casos foram confirmados na tarde de ontem.

País enfrenta as consequências do negacionismo

Mesmo com críticas à gestão da Pandemia, em Pelotas, para o pesquisador da UFPel é importante fazer uma diferenciação entre o governo federal e o governo municipal. Este último, em sua avaliação, ouve a ciência, mas nem sempre toma a decisão de acordo com as recomendações científicas. Já o governo Bolsonaro, sempre deixou clara a sua divergência em relação às orientações científicas. Conforme exemplifica o ex-reitor, das 400 mil vidas que foram perdidas, em todo o país, 300 mil poderiam ter sido poupadas. “Três de cada quatro pessoas não teriam morrido se o Brasil não fosse a capital mundial do negacionismo”

Na avaliação de Pedro Hallal, outro problema que está sendo evidenciado, agora, é a falta de vacinas. “Isso está acontecendo porque o ministério da saúde precisava melhorar os números e teve a ‘brilhante ideia’ de aplicar as vacinas que deveriam ser destinadas à segunda dose, deixando para ver o que iria fazer depois que faltassem”, ironiza e critica Pedro Hallal

Mesmo considerando importante responsabilizar os culpados pelos sucessivos erros na gestão da Pandemia, o epidemiologista procura tranquilizar aqueles que estão com a segunda dose do imunizante atrasada. “Apesar da negligência, por parte do governo federal, o fato de tomar a vacina com um pouco atraso, pelo que se sabe, hoje, na literatura, não traz tantos problemas. Claro que, se a pessoa tiver que esperar mais de um mês, teremos mais um grande problema, mas, até duas semanas, ainda não causa prejuízos na imunização.

Confira a entrevista na íntegra:

Redação Eduardo Menezes – SEEB Pelotas e Região

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