“Lockdown realizado, em Pelotas, tem impacto positivo, mas é insuficiente”, aponta epidemiologista da UFPel

Depois de Pelotas realizar lockdown, pelo segundo final de semana consecutivo, pesquisadores da UFPel têm analisado o impacto da adoção de medias mais rígidas para evitar a disseminação do coronavírus.

Na avaliação da pesquisadora Bianca Cata Preta, que faz parte do Comitê Covid da UFPEL, qualquer medida restritiva tem um impacto positivo, já que a transmissão do vírus se dá de pessoa para pessoa. Conforme explica a epidemiologista, ao se reduzir a circulação das pessoas, automaticamente está se reduzindo a transmissão do vírus.

“O que acontece é que, esta semana, por exemplo, o nosso destino já está traçado, porque tudo que a gente faz tem um impacto duas semanas para frente”, explica Bianca, ao comentar que março será um mês bem difícil não só para Pelotas, mas para o país inteiro.

Ao tratar especificamente da situação em Pelotas, Bianca é taxativa ao dizer que, embora tenham sido tomadas medidas importantes, nos dois últimos finais de semana, é necessário fazer mais. “O lockdown, de final de semana, tem um impacto positivo, mas ele é insuficiente. A gente gostaria que essas medidas mais restritivas perdurassem mais”, critica.

A epidemiologista cita, ainda, o exemplo da cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, que impôs um lockdown bastante severo, pelo período de uma semana. “Todos os serviços não essenciais foram completamente interrompidos, incluindo o transporte público, o que gerou um impacto bastante positivo na redução de internamentos, que é o que faz o sistema de saúde sobrecarregar”, afirma Bianca.

Colapso do Sistema de Saúde

A superlotação das UTIs, em Pelotas, é uma realidade a ser enfrentada não só pelos gestores públicos, mas por toda a população. Na tarde de ontem, segunda-feira (15), a ocupação dos leitos de UTI chegou a 108%, na cidade. As vagas para UTI Covid já ultrapassaram o limite, conforme dados apresentados pela Prefeitura, mas a situação também é grave no que diz respeito à UTI Geral, já que, dos 121 leitos de UTI Geral disponíveis, restavam apenas seis.

Também na tarde desta última segunda-feira (15), segundo dados repassados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Pelotas registrou mais três óbitos e 115 novos casos da doença. São aguardados, ainda, 613 resultados de exames, que podem confirmar um número de contaminação ainda maior. Ao todo, desde o início da Pandemia, 25.574 pessoas já contraíram o vírus, no município.

Redação: Eduardo Menezes – SEEB Pelotas e Região, com informações da RádioCom e do boletim nº 362 da Prefeitura

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