Sindicato realiza Dia de Luta contra demissões

Nesta quinta-feira, dia 29 de outubro, o Sindicato dos Bancários esteve, novamente, nas ruas da cidade, contra as demissões nos bancos e em defesa dos direitos dos trabalhadores. O Dia Nacional de Luta denuncia os impactos da política ultraliberal, capitaneada pela dupla Guedes/Bolsonaro, na vida dos bancários. Em Pelotas, o ato se deu em frente às agências Centro, Osório e Três Vendas, do Bradesco, que é o banco que mais tem demitido no município. Já são 8 bancários desligados somente neste mês de outubro.

Resultado da Política Ultraliberal

O Bradesco é o banco que mais tem demitido, no país, e, contraditoriamente o que mais lucrou, em toda a América Latina, com 7,6 bilhões de ganho apenas no primeiro semestre deste ano. Mesmo diante desse cenário favorável, mais de 1800 bancários já perderam seus postos de trabalho, durante a pandemia. O diretor do Sindicato, Sérgio Seus, que é, também, funcionário do Bradesco não se conforma com essa atitude, já que o banco havia se comprometido de não realizar nenhum desligamento durante a atual crise sanitária. A previsão, segundo o dirigente sindical, é de que ainda possa haver um total de 4 mil demissões em todo o país.

“Hoje, durante a realização do nosso ato, ficamos sabendo que ocorreu mais uma demissão, no Bradesco, aqui em Pelotas, causando um transtorno muito grande, já que os funcionários estão sendo jogados em um mercado de trabalho que está completamente dilacerado pela política econômica adotada pelo governo Bolsonaro”, ressalta Sérgio.

O compromisso dos bancos tem sido apenas com o governo federal, que, desde 2016, com a reforma trabalhista, tem financiado a tão propagandeada “reestruturação” das instituições financeiras no Brasil. Durante o governo Bolsonaro, esse processo se intensificou, com a adoção de uma política econômica ultraliberal, assegurando, por intermédio do ministro Paulo Guedes, um repasse na ordem de R$ 325 bilhões de reais para os bancos, o que ultrapassa os recursos destinados para o enfrentamento da Pandemia.

Propaganda x realidade

Como grandes patrocinadores da mídia privada, os bancos têm usado todos os espaços de contato com o público para vender à população uma ideia de mudança e transformações no atendimento, mas, na prática, a “reestruturação” tem levado ao desemprego, o que resulta na piora do atendimento, com menos trabalhadores nas agências, formando filas e direcionando o atendimento apenas às pessoas com maior poder aquisitivo, que possuem conhecimento e acesso ao uso das tecnologias digitais.

Conforme explica o diretor do Sindicato – e também funcionário do Bradesco -, Roger Peres, o que está acontecendo, na prática, é que os bancos receberam dinheiro do governo Bolsonaro para demitir. “Esse dinheiro que, supostamente, veio para operacionalizar a o que os bancos têm chamado de reestruturação, na verdade, tem servido para demitir os bancários”, alerta.

Os trabalhadores que, hoje, estão na ativa, têm passado por momentos muito difíceis para tentar atingir as metas que são impostas pelo banco, já que existe uma diminuição de funcionários e a função de caixa está sendo extinta. “O Bradesco chegou ao ponto de demitir uma funcionária, de 26 anos, aqui de Pelotas, por telefone, sem a mínima consideração e nenhuma justificativa”, critica Sérgio.

A direção do Sindicato avalia que não há compromisso do banco – e do governo Bolsonaro -, que estão alinhados ideologicamente, com o trabalhador brasileiro e com os clientes das instituições financeiras, sejam elas privadas ou públicas. Diante do quadro atual, já estão sendo tomadas medidas jurídicas para tentar a reintegração dos bancários demitidos.

Confira os registros do Dia Nacional de Luta em Pelotas:

Redação, fotos e vídeo: Eduardo Menezes / Seeb Imprensa Pelotas

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