CPERS denuncia: Governo Leite abandona escola de Pelotas

O site do CPERS-Sindicato realizou uma denúncia, nesta segunda-feira (5), em relação ao descaso do Governo Eduardo Leite com a escola Osmar da Rocha Grafulha, localizada no bairro Fragata.

O CPERS critica o retorno às aulas, alertando que o espaço encontra-se com a fachada interditada e sob risco de desabamento. Além disso, não há verbas para EPIs e faltam três professores, duas merendeiras, dois funcionários de limpeza e um orientador educacional.

De acordo com o CPERS, a realidade da instituição – que atende 887 estudantes em três turnos – é um retrato da rede e do descaso das políticas neoliberais que sucateiam a escola pública no Rio Grande do Sul.

“Com as reformas e as mudanças no Plano de Carreira, muitos professores entraram em processo de aposentadoria para que não perdessem tanto em termos salariais. Nesses últimos meses foram cinco aposentadorias ou reduções de carga horária”, observa o diretor Lucas de Souza Barbosa.

A instituição tem dois funcionários do grupo de risco, uma monitora e uma merendeira, ou seja, neste momento o quadro ficaria somente com uma merendeira para atender os três turnos (887 estudantes).

Cumprir plano de contingência é inviável

Lucas afirma que, com a falta de recursos humanos, não seria possível seguir o plano de contingência proposto pelo governo.

“Precisaríamos de pelo menos mais dois funcionários de limpeza. No momento temos só dois para limpar os pisos, as classes e todas demais superfícies utilizadas em três turnos. Nossa escola é grande, ano passado passamos a maioria do ano com três funcionários e ainda assim era complicado manter tudo limpo entre os três turnos”, observa.

A verba para adquirir os EPIs e materiais de higiene é outra preocupação do diretor. “Para os plantões compramos álcool gel, luvas e máscaras, mas tudo com a verba da instituição. O governo não disponibilizou nenhum dinheiro a mais para esses gastos”, denuncia Lucas.

“Para o retorno serão necessárias máscaras para todos os alunos, funcionários e professores. Só aí são quase mil máscaras, contando apenas uma por pessoa, que sabemos não ser suficiente”, continua o educador.

O diretor conta, ainda, que a maioria dos pais já informaram que os seus filhos não vão retornar à escola em função do medo da disseminação da Covid-19. “Os pais entendem que a pandemia ainda não passou e que o retorno às aulas colocaria em risco não só os seus filhos, mas os familiares, já que vários alunos moram com pais mais velhos e avôs que estão no grupo de risco. ”

Como 86% dos educadores(as) – conforme levantamento do CPERS – Lucas não acredita que as atividades presenciais deveriam ser retomadas sem vacina. “Se as aulas foram canceladas no primeiro momento para impedir a contaminação e agora existem muitos mais casos do que quando as aulas foram canceladas, não faz sentido voltar. Estaremos liderando um retorno até antes da maioria das escolas particulares. Parece que seremos cobaias para ver como funcionará”, argumenta.

Interdição da entrada da escola

A fachada da escola está interditada desde outubro de 2016, devido a risco de desabamento, sustentando-se sobre toras improvisadas.

“Assumi a direção faz pouco mais de um mês e ainda não recebi nenhuma informação sobre o progresso da reforma. Tenho tantas demandas para cumprir que ainda não consegui me informar sobre esta situação”, afirma o diretor.

Devido à situação, a escola precisou se adaptar e mudar o acesso para a avenida Duque de Caxias. Como o portão eletrônico fica distante da entrada, a escola fica aberta para o acesso da comunidade. “Isso facilita o ingresso de pessoas estranhas que mexem nas bicicletas dos alunos, furtam bolas, fazem arruaça dentro do pátio externo”, diz Lucas.

Fonte: CPERS, com edição Seeb Imprensa Pelotas

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