UFPel lidera pesquisa estadual sobre medidas de proteção individual contra a Covid-19

Pesquisadores de três instituições de ensino estão unidos para conhecer as medidas de proteção individual para a Covid-19 e o impacto social, econômico e no estilo de vida da população do Rio Grande do Sul. Por meio de um acompanhamento telefônico, a equipe, liderada pelo Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), vai investigar junto ao povo gaúcho as principais medidas adotadas no período de pandemia e verificar sua continuidade no período de seis e doze meses. A primeira fase da pesquisa, chamada de CovidTel Gaúcho, iniciou na última sexta-feira (25).

Além de averiguar o conhecimento e a continuidade do uso das medidas de proteção, o estudo também pretende medir a prevalência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (fatores de risco para complicações por Covid-19), conhecer a utilização de medicação em geral e de uso contínuo, descrever a prevalência de sintomas de ansiedade, depressão e insônia no período e apresentar o perfil de estilo de vida (atividade física, alimentação, consumo de álcool e tabagismo). Os cientistas vão apurar também a prevalência de utilização de benefícios sociais e experiência de insegurança alimentar.

De acordo com a equipe, conhecer e monitorar essas informações é de extrema relevância para que o poder público possa planejar ações tanto no âmbito de saúde pública como da economia. A proposta é que a pesquisa oportunize “novos” modos de atenção, principalmente em relação a ações de educação em saúde voltadas à prevenção da disseminação de doenças respiratórias, além de subsidiar a tomada de decisões para alocação de recursos e acesso a itens de proteção, e aperfeiçoamento e inovação de tecnologias de atenção à saúde.

Para a coordenadora da pesquisa, professora Janaína Vieira dos Santos Motta, além de buscar informações sobre aspectos de saúde e comportamento que possam ter mudado durante a pandemia, o grande legado do estudo é possibilitar uma visão de longo prazo sobre as medidas de prevenção adotadas pelos gaúchos.

De acordo com a pesquisadora, ações como uso de máscaras e álcool gel, distanciamento social, higienização de mãos e compras, dentre outras, ganharam maior atenção com a pandemia, mas servem para prevenir várias outras doenças. E o estudo irá evidenciar se essas ações se tornaram hábitos seis meses e um ano depois. “Doenças respiratórias acometem a população do Rio Grande do Sul todos os anos e, com algumas medidas que estamos utilizando agora com a Covid-19, essa ocorrência pode diminuir”, pontuou.

A equipe é composta por pesquisadores da UFPel, da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e da Unisinos e tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS).

Como vai funcionar
O questionário será aplicado através de entrevistas telefônicas. Para seleção das linhas que entraram na amostra do estudo foi criado um banco de números aleatórios aos quais foram acrescidos os prefixos das quatro regiões de DDD do estado: 51, 53, 54 e 55. A amostra final do estudo compreenderá 2.844 entrevistas.

Ao atender a ligação, a comunidade tem mais uma vez o poder de contribuir com a ciência. Por isso, os pesquisadores solicitam o engajamento da população. O questionário dura em torno de 20 minutos e pode ser reagendado, caso a pessoa não possa falar naquele momento.

Além das questões sobre as medidas de proteção individual para a Covid-19, o questionário apresenta perguntas sobre características demográficas e socioeconômicas dos indivíduos, características do padrão de alimentação e de atividade física (por exemplo: frequência do consumo de frutas, hortaliças e refrigerantes e frequência e duração da prática de exercícios físicos e do hábito de assistir televisão). Também são questionados a frequência do consumo de cigarros e de bebidas alcoólicas; autoavaliação do estado de saúde do entrevistado, referência a diagnóstico médico anterior de hipertensão arterial e diabetes e uso de medicamentos; saúde mental (sintomas de ansiedade, depressão e insônia); características nutricionais (altura, peso autorreferido antes do isolamento social e peso autorreferido atual) e experiência de insegurança alimentar.

Fonte: UFPel

Arte: Seeb Pelotas

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