Dia do Bancário: inspiração para a Campanha Salarial

Enquanto os bancos lucram bilhões, em meio a maior crise sanitária dos últimos tempos, os bancários assumem todos os riscos, na linha de frente, atendendo os clientes e dando o seu máximo.

A data de hoje é simbólica! Em plena Campanha Salarial, mais uma vez os bancos não demonstram pensar nos seus empregados, apresentando propostas rebaixadas e que insultam a categoria.

Hoje, mais do que nunca, precisamos lembrar do ano de 1951. Nesta mesma data, os bancários decidiram cruzar os braços por um reajuste salarial digno. Desta mobilização começaram a surgir sindicatos de bancários por todo o país.

A nossa categoria precisa se orgulhar da sua história. Somos os únicos, no Brasil, que possuem uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) nacional. Dia 28 de agosto é dia de luta! É dia de conquista!

Um pouco de história*

A data de 28 de agosto foi oficializada como Dia do Bancário em 1952, por deliberação do 4º Congresso Nacional dos Bancários. Os empregados da Caixa foram reconhecidos na condição de bancários após a greve de 30 de outubro de 1985

Uma greve histórica em 28 de agosto de 1951 se tornou um marco para a categoria bancária, uma das mais mobilizadas do país. Foram 69 dias de paralisação enfrentando uma forte repressão na luta por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Além das conquistas salariais e sociais, o movimento fez surgir sindicatos de bancários em vários pontos do país, unificando e fortalecendo a organização dos bancários.

A data de 28 de agosto foi oficializada como Dia do Bancário por deliberação do 4º Congresso Nacional dos Bancários, em 1952, mas só em 1964 foi transformada em lei. Serve, hoje, como referencial para as mobilizações nas campanhas nacionais dos trabalhadores das instituições financeiras públicas e privadas.

Desde então, a data de 28 de agosto passou a ser vista pelos bancários como dia de comemoração dos avanços obtidos pela categoria com seu movimento de âmbito nacional, e também como dia de fortalecimento da organização e da luta por novas conquistas.

A organização e as campanhas nacionalmente unificadas, com envolvimento dos trabalhadores de bancos públicos e privados, deram à categoria bancária a condição de se contrapor a políticas de retrocessos contra o patrimônio público, tornando-se ainda referência nas mobilizações da classe trabalhadora brasileira.

Para os empregados da Caixa Econômica Federal, o Dia do Bancário passou a fazer sentido a partir de 1985, também por força de outra greve histórica. Em 30 de outubro daquele ano, os trabalhadores do banco, até então identificados como economiários, fecharam 100% das agências e unidades em todo o país, para exigir jornada de trabalho de seis horas e reconhecimento à condição de bancários, o que implicava em direito à sindicalização.

A greve assegurou as duas conquistas. Em 17 de dezembro de 1985, a lei que estabelecia a jornada de seis horas foi sancionada. No dia seguinte, o Diário Oficial da União publicou a alteração do parágrafo único do artigo 556 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), garantindo o direito à sindicalização aos bancários da Caixa.

Ao longo dos anos, os empregados da Caixa lutaram e conquistaram avanços importantes. Foi assim na década de 90, quando conseguiram barrar o projeto do governo do PSDB (Fernando Henrique Cardoso) para privatizar o banco. Entre tantas outras vitórias importantes, além da jornada de seis horas e do direito à sindicalização, destacam-se a mesa unificada da categoria bancária, em 2003, e a mesa de negociação permanente entre o Comando Nacional dos Bancários, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e representantes do banco. Foi apenas a partir daí que os trabalhadores passaram a ser consultados sobre as propostas negociadas entre as entidades representativas e a direção da empresa.

Na Caixa, exemplos de outras conquistas dos empregados são o 13º salário, a PLR Social (paga adicionalmente à PLR tradicional), a cesta-alimentação, a 13ª cesta, o Saúde Caixa a 2% do salário para plano familiar e com teto anual de gastos, o não-trabalho aos sábados, a contribuição da Caixa com até 12% para a Funcef, os Apips, o PCS, o Plano de Função Gratificada (PFG), o plano da carreira profissional e o reajuste salarial acima do INPC.

O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sérgio Takemoto, lembra que os empregados do banco, o único 100% público do país, foram reconhecidos como bancários somente após a greve histórica realizada em 1985. “Foi com essa grande mobilização, que contou com apoio dos sindicatos e associações, que conquistamos o direito de ser sindicalizados, a jornada de seis horas e uma série de benefícios que a categoria tinha”, avalia.

A certeza de que lutar sempre vale a pena, consolidada entre os empregados da Caixa, torna-se cada dia mais necessária. Na Campanha Nacional dos Bancários 2020, os empregados do banco se mobilizam para reafirmar que o Brasil precisa da Caixa 100% pública e com caráter social. Com base nessa mobilização, protestos estão sendo realizados em defesa do Saúde Caixa para todos, contra a MP 995 e contra a proposta de reajuste zero e de retirada de direitos.

Esses ataques aos direitos dos trabalhadores fazem parte de um projeto do governo federal, com o aval da gestão Pedro Guimarães, que visa o enfraquecimento e o desmonte da Caixa pública e social. Portanto, em razão da atual conjuntura política e econômica do país, os empregados da Caixa precisam estar preparados para a defesa do banco e dos seus direitos, mais até do que estiveram nos últimos anos. E isso se dará com a participação de todos.

Em mais um 28 de agosto, Dia do Bancário, a ser comemorado nesta sexta-feira, é momento de renovar o orgulho, a inspiração, a unidade e a resistência da categoria.

* O texto do subtítulo – com o apanhado histórico do Dia do Bancário – é uma produção da Fenae

Seeb Imprensa Pelotas

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