O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, fala à imprensa no Palácio do Planalto,sobre o o pagamento da 2ª parcela do auxílio emergencial

IPO da área de seguros é o primeiro passo para privatização da Caixa, alerta Fenae

Presidente do banco declarou à imprensa que a abertura de capital da Caixa Seguridades ocorrerá até outubro

Mesmo com a instabilidade do mercado financeiro, por conta da crise gerada pela pandemia, Pedro Guimarães, presidente da Caixa, reafirmou em declarações à imprensa que a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade deve ocorrer em outubro. O prospecto preliminar do pedido de abertura de capital da subsidiária do banco tinha sido protocolado em 21 de fevereiro na B3 (Bovespa), com previsão para ser concluído em abril, mas foi interrompido no dia 12 de março.

Para a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), se concretizada, a venda da área de seguros representará o primeiro passo para privatização do banco público. “A intenção deste governo é vender as partes mais lucrativas da Caixa, as partes que o sistema financeiro internacional deseja. O governo está comprometido só com interesses financeiros. Mas os empregados do banco vão lutar para que isso não ocorra. Vamos sempre defender a Caixa, que é pública, que é dos brasileiros”, afirma o presidente da Federação, Sérgio Takemoto.

Em comunicado ao mercado, na quinta-feira passada (16), o banco informou a retomada dos preparativos para realizar a abertura de capital da Caixa Seguridade.

Início da privatização

A Caixa chegou a cogitar o adiamento da oferta de ações da seguridade para 2021 e antecipar a venda da Caixa Cartões, mas voltou atrás. “É um claro processo de enfraquecimento do banco, para depois poder vendê-lo ao mercado. Essa prática foi muito usada nos anos de 1990, nas privatizações de diversas empresas públicas”, explica o presidente da Fenae.

O dirigente destaca o importante papel social do banco. “A Caixa é o banco da cidadania, da distribuição de renda e da inclusão social. É por meio de suas mais diversas áreas estratégicas que o banco financia menores taxas para a compra da casa própria, a operação de toda a área social, como benefícios ao trabalhador, acesso a produtos e serviços por meio da bancarização, o Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), por exemplo. São essas áreas também que financiam o Minha Casa, Minha Vida, o maior programa habitacional do Brasil, para a população de baixa renda”, completou.

Reação

A Fenae, além de mobilizar os trabalhadores contra a privatização da Caixa, juntamente com as demais entidades representativas dos bancários, tem feito outras gestões no sentido de interromper os processos de IPO.

A entidade encaminhou carta ao Presidente da República solicitando que não sejam vendidas as partes rentáveis da Caixa e de outras empresas públicas.

Mais recentemente, dirigentes da Federação participaram de reunião no Tribunal de Contas da União (TCU) com os deputados federais Erika Kokay (PT-DF) e Enio Verri (PT-PR), na qual denunciaram que a abertura de capital das subsidiárias é uma privatização disfarçada do banco público.

Devido à representação dos parlamentares contra o presidente da Caixa e questionando a regularidade das operações, o TCU decidiu que vai acompanhar o IPO da Caixa Seguridade e Cartões. Para isso, o órgão de controle abrirá dois procedimentos específicos de acompanhamento das operações de abertura de capital dessas duas subsidiárias.

Fonte: Fenae

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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