Santander lucra R$ 3,8 bi e corta mais de mil empregos

Resultado no 1º trimestre foi 10,5% maior que no mesmo período de 2019

O Santander lucrou R$ 3,853 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 10,5% em relação ao mesmo período do ano passado e de 3,4% em relação ao trimestre anterior. Com isso, o Brasil continua sendo responsável pela maior fatia de lucro do grupo no mundo, com 29% do resultado global, que foi de € 331 milhões (com queda de 82% no período, após um provisionamento de € 1,600 milhões em função da pandemia da covid-19).

Ainda assim, o banco espanhol continua extinguindo postos de trabalho no Brasil. O Santander chegou a março de 2020 com 47.192 empregados, corte de 1.040 empregos em relação a março de 2019. 

Mesmo com a crise mundial criada pela pandemia do novo coronavírus, os resultados do banco são altos. Com este lucro, a prioridade do banco deveria ser a manutenção dos empregos e a atenção para a saúde dos trabalhadores e clientes. Entretanto, os últimos 12 meses registram a mesma tendência de demissões, que são decisões da direção executiva brasileira.

A falta de responsabilidade social do Santander com a sociedade brasileira passa também pela oferta de crédito com menores taxas de juros e tarifas, principalmente neste período de pandemia, em que a economia está em queda. O governo federal distribuiu aos bancos R$ 1,2 trilhões, mas esse valor não está retornando à sociedade em crédito mais barato e fácil. A ampliação de crédito com juros reduzidos para micro, pequenas e médias empresas, responsáveis pela maioria dos empregos no país, e medidas internas, como isenção de tarifas para os funcionários, são algumas propostas que os trabalhadores sugerem e reivindicam do banco.

Outros dados

Apenas com a receita de prestação de serviços e de tarifas bancárias, que chegou a R$ 4,5 bilhões em março, o Santander cobre 190,48% de suas despesas de pessoal, incluindo a PLR. 

A Carteira de Crédito Ampliada do banco teve alta de 19,8% em doze meses e 7,1% no trimestre, atingindo R$ 463,4 bilhões (desconsiderando-se o efeito cambial, o crescimento seria de 17% em doze meses). As operações com pessoas físicas cresceram 15,2% em doze meses, chegando a R$ 157,3 bilhões, com crescimento em todas as linhas e impulsionadas pelo crédito consignado (24,5%) e crédito imobiliário (13,3%). 

A Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 59,1 bilhões, com alta de 15,0% em relação a março de 2019. Do total desta carteira, R$ 49,7 bilhões (84,1% da carteira) referem-se a financiamentos de veículos para pessoa física, apresentando aumento de 16% no período. 

O crédito pessoa jurídica voltou a crescer em doze meses, alcançando R$ 162,1 bilhões, com variação de 32,0% em doze meses. O segmento de pequenas e médias empresas cresceu 24,9%, e o de grandes empresas cresceu 34,9%. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias ficou em 3,0%, com queda de 0,1 p.p. As despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) subiram 19,0%, somando R$ 3,6 bilhões.

Com informações SP Bancários

Imagem: Helena Schuster

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