Depois de duas horas de negociação com manifestantes, Lula se entrega à Polícia Federal

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se entregou à Polícia Federal, às 18h50 de sábado (7). A previsão inicial era de que Lula estaria a caminho do aeroporto de Congonhas, para embarcar na aeronave que o levará a Curitiba, às 16h30, porém, um bloqueio de militantes impediu que ele deixasse a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde estava desde quinta-feira.

Perto das 18h, a PF deu um prazo de 30 minutos para que a situação fosse resolvida ou Lula “sofreria as consequências”. O ex-presidente deixou o edifício caminhando, em meio aos manifestantes, protegido por seguranças. Havia iminência de uso de força para afastar a militância do entorno do edifício.

Houve rumores de que o bloqueio dos portões do sindicato fosse uma ação orquestrada pelos partidos políticos que apoiam o ex-presidente, para que ele não fosse levado no sábado a Curitiba. O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, que estava no local desmentiu a informação.

“Não tem nada disso. Foi uma ação espontânea, feita por militantes que não estão orientados por direções partidárias. No caso do PSOL, nós defendemos que era necessário resistência, mas essa posição não foi acolhida pelo ex-presidente Lula e nós respeitamos essa decisão dele. A militância foi inclusive convocada para deixar o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e voltar para suas casas, porque demos essa etapa da resistência democrática como concluída”, diz ele.

Lula se dirigiu à sede da PF em São Paulo, onde fez exame de corpo delito. Depois, ele se encaminhou ao aeroporto de Congonhas, de onde embarcou para a capital paranaense. Perto das 22h30, ele chegou à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde deve ficar preso. No mesmo prédio, inaugurado por Lula, quando presidente, estão outros presos da Operação Lava Jato, como Antonio Palocci, que trabalha um acordo de delação sobre operações do PT, e Léo Pinheiro. O dono da OAS foi quem implicou Lula no caso do triplex do Guarujá.

Em janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou a condenação do ex-presidente, determinada pelo juiz Sérgio Moro, e aumentou sua pena para 12 anos e um mês em regime fechado. Lula foi considerado culpado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Embora sem documentos e com recibos que carecem de perícia, a Justiça entendeu que ele recebeu o apartamento na praia de São Paulo por beneficiar a empreiteira OAS em contratos públicos.

Fonte: Sul 21

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