Temer deixa de fazer repasse para Caixa com a intenção de privatizá-la

“A Caixa tem uma necessidade de capital e isso não significa que ela está quebrando. Ela vem dando lucro, tem Resultado positivo e vem crescendo. A necessidade de capital tem a ver com a norma regulamentadora. Nos anos anteriores o governo aportou capital na Caixa para manter sua capacidade de fornecimento de crédito, principalmente para a área habitacional. Como Temer não tem essa preocupação, dessa vez o governo está dizendo que não vai aportar recursos da Caixa”, explicou Maria Rita Serrano, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa, em reportagem concedida à TVT.

Responsável por aproximadamente 70% do crédito imobiliário no país, a Caixa vem reduzindo os limites de financiamento. Para imóveis usados baixou de 70% para 50% do valor do imóvel. O banco diz que a redução foi necessária para ajustar o capital disponível.

Para Maria Rita Serrano essa situação poderia ser evitada se o governo Temer fizesse o aporte dos recursos necessários para a Caixa se adequar às normas internacionais de segurança bancária, como fizeram os governos Lula e Dilma.

“Nos governos anteriores a Caixa cresceu dobrou de tamanho, de número de agências e deu resultados positivos. Desde o governo Lula se iniciou um surpreendente crescimento de ativos da empresa, que chegou a ser o terceiro maior banco. Os números mostram uma empresa em crescimento. Nesse momento, por conta de uma norma, existe um problema de capital e nós entendemos que o Tesouro Nacional, que é o único acionista, deve aportar recursos Caixa. Mas, o governo diz que não vai aportar. A grande responsabilidade, na verdade, é do governo”, explicou Maria Rita Serrano.

Para o economista César Locatelli, a intenção do governo Temer é abrir o capital da Caixa para a iniciativa privada e privatizar o banco. “Está se fazendo uma tempestade sobre isso com que objetivo de tirar o banco da mão do Estado e botar na mão do capital financeiro. Esse é o jogo”, diz o economista.

Para ele, usam o argumento de que existe corrupção no banco para facilitar a aceitação da privatização. “Começa-se a falar da corrupção. A corrupção existe? Existe e precisa ser combatida. Não é disso que nós estamos falando. Mas, o jeito de se combater é simplesmente pegar e passar para mão da iniciativa privada? Acho que não”, diz indignado o economista.

Os entrevistados destacam que a Caixa Econômica Federal tem um papel fundamental no Desenvolvimento Social e econômico do país e consideram que a privatização vai gerar enormes prejuízos não só para os trabalhadores do banco, mas também para toda a população brasileira.

“Com a Caixa 100% pública você vai ter foco exclusivo no benefício que a empresa traz para a economia, para a sociedade como um todo. Tirando um pedaço ou ela inteira e botando na iniciativa privada a empresa precisará buscar lucro para seus acionistas lucro. Essa é a mudança. É isso que está em jogo”, disse Locatelli.

Fonte: Contraf-CUT, com reportagem da TVT

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