PM e ex-policial são presos pelos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes

Policiais da Divisão de Homicídios e promotores do Ministério Público estadual do Rio de Janeiro prenderam, na manhã desta terça-feira (12), o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, 46 anos, apontados como suspeitos pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Segundo as investigações, o sargento reformado Ronnie Lessa efetuou os 13 disparos contra a vereadora e o motorista. Élcio dirigiu o veículo Cobalt usado para levar o executor. Ronnie estaria no banco de trás do carro.

De acordo com informações do jornal O Globo, Lessa foi preso em sua casa, no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, zona oeste. O local é o mesmo da casa onde mora o presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. A Polícia Civil ainda trabalhar para esclarecer quem foram os mandantes do crime, bem como a motivação.

O policial reformado foi levado para a Divisão de Homicídios do Rio por volta das 4h30. A Operação Lume também cumpre mandados e busca e apreensão de documentos e equipamentos dos suspeitos. Além disso, estão previstas buscas em 34 endereços de outros suspeitos.

Segundo o MP, o crime foi planejado por pelo menos três meses. A investigação aponta que Ronnie fez buscas na internet a respeito dos locais que Marielle frequentava. Ele também estaria pesquisando sobre o agora deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) desde outubro de 2017.

Operação

Além dos mandados de prisão, a chamada Operação Lume cumpre mandados de busca e apreensão em endereços dos dois acusados, para apreender documentos, telefones celulares, computadores, armas e acessórios.

Na denúncia apresentada à Justiça, o MP também pediu a suspensão da remuneração e do porte de arma de fogo de Lessa, a indenização por danos morais aos familiares das vítimas e a fixação de pensão em favor do filho menor de Anderson até completar 24 anos de idade.

Segundo o MP, o nome da operação é uma referência a uma praça no Centro do Rio, conhecida como Buraco do Lume, onde Marielle desenvolvia um projeto chamado Lume Feminista. No local, ela também costumava se reunir com outros defensores dos direitos humanos e integrantes do seu partido, o PSOL. “Além de significar qualquer tipo de luz ou claridade, a palavra lume compõe a expressão ‘trazer a lume’, que significa trazer ao conhecimento público, vir à luz”, informa a nota.

A vereadora assassinada Marielle Franco na Câmara do Rio de Janeiro | Foto: Guilherme Cunha/Alerj

Presos

Apesar de outros suspeitos terem sido apresentados anteriormente, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são os primeiros a serem formalmente denunciados e presos pelo crime.

Ronnie Lessa foi aposentado depois de um atentado a bomba contra ele, que resultou na amputação de uma de suas pernas e que teria sido provocado por uma briga entre facções criminosas.

Já Élcio Queiroz chegou a ser preso em 2011 na Operação Guilhotina, da Polícia Federal, que apurou o envolvimento de policiais militares com traficantes de drogas e com grupos milicianos. Na época, Queiroz era lotado no Batalhão de Olaria (16º BPM).

Antes de apresentar os primeiros denunciados pelo crime, a polícia suspeitava que o crime havia sido planejado por Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, que teria envolvimento com milícias e que está preso desde outubro de 2017.

No entanto, o próprio Curicica denunciou à Procuradoria-Geral da República que ele estava sendo coagido pela Polícia Civil a assumir a autoria do crime. Por isso, em outubro, a Polícia Federal entrou no caso, para apurar a atuação da Polícia Civil.

Assassinatos

Marielle e Anderson foram mortos em 14 de março do ano passado. Atos estão previstos para serem realizados nesta quinta-feira (14) em diversas cidades do Brasil em homenagem a eles.

O crime ocorreu no cruzamento das ruas Joaquim Palhares, Estácio de Sá e João Paulo I, pouco mais de um quilômetro distante da casa de Marielle. Um carro emparelhou com o chevrolet Agile da vereadora e vários tiros foram disparados contra o banco de trás, justamente onde estava Marielle. Treze disparos atingiram o carro.

Quatro tiros atingiram a cabeça da parlamentar. Apesar dos disparos terem sido feitos contra o vidro traseiro, três deles, por causa da trajetória dos projéteis, chegaram até a frente do carro e perfuraram as costas do motorista Anderson Gomes. Os dois morreram ainda no local.

A única sobrevivente foi uma assessora de Marielle. O carro ou os carros usados no crime (acredita-se que tenham sido dois) deixaram o local sem que os autores do homicídio pudessem ser identificados, pois as câmeras de trânsito que existem na região estavam desligadas.

Fonte: Sul 21, com informação da Agência Brasil e de O Globo | Ronnie Lessa e Élcio Queiroz

Foto: Divulgação/Polícia Civil do Rio de Janeiro

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