Bolsonaro defende reforma trabalhista mais ampla

Em encontro com as bancadas do MDB e do PRB na Câmara na terça-feira (4), o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) defendeu a necessidade de promover mudanças mais amplas na legislação do trabalho além das que foram aprovadas pelo governo Temer. Mais tarde, Bolsonaro também falou em instituir uma idade mínima para se aposentar no Brasil.

“A reforma trabalhista, devemos aprofundar isso aí. Ninguém mais quer ser patrão no Brasil, é horrível ser patrão no Brasil com essa legislação que está aí”, disse Bolsonaro no encontro com os deputados. Bolsonaro não detalhou que medidas pretende propor para ampliar a reforma trabalhista. Mas fez um apelo às bancadas do MDB e do PRB para “jogarem” juntos com o novo governo na votação dessa proposta e também na reforma da Previdência.

Durante a reunião com os parlamentares, o presidente eleito também não detalhou as mudanças que pretende propor ao sistema de aposentadorias. Mas, posteriormente, em entrevista coletiva à imprensa falou que pode “fatiar” essa reforma, enviando ao Congresso apenas alterações parciais.

“É bastante forte a tendência de começar pela idade [mínima para se aposentar]. É menos difícil”, disse Bolsonaro. “A minha proposta é aumentar dois anos para todo mundo.” Por meio dessa proposta, seria mantida a diferença de idade para aposentadoria de homens e mulheres.

Bolsonaro, contudo, não explicou mais sobre sua proposta. Hoje, tecnicamente não há uma idade mínima de aposentadoria – o que vem sendo proposto pelo governo Temer (seriam 62 anos para mulheres e 65 anos para homens). O que existe atualmente é a fórmula 85/95, segundo a qual a trabalhadora mulher pode se aposentar quando a soma de sua idade com do tempo de contribuição ao INSS somar 85; e o trabalhador homem, quando somar 95. Hoje, o tempo mínimo de contribuição é de 35 anos para homens e 30 para mulheres.

Bolsonaro reclama das licenças ambientais e pede que deputados “joguem junto” com ele
Na conversa com os deputados, Bolsonaro voltou a reclamar da demora nas licenças ambientais de obras de infraestrutura. O presidente eleito informou que o ministro do Meio Ambiente, “por coincidência ou não”, será o último a ser escolhido entre os 22 de seu ministério. “Temos de começar a trabalhar”, disse. “Quando se fala da questão ambiental, é muita coisa em jogo no Brasil: clima, demarcação de terras indígenas, questão dos quilombolas”, ressaltou. “No Brasil há demora em conceder uma licença, seja obra de infra, de porto, de aeroporto, linha férrea”, completou. “Atrasa demais a nossa vida e nós não temos mais tempo a perder.”

Bolsonaro sugeriu que, se o Legislativo atuar em parceria com o governo, os parlamentares poderão usufruir da mesma popularidade que ele. “A única coisa que posso garantir é que somos diferentes dos demais, e isso fez a diferença [nas eleições]. Foi dado o recado e gostaria que todos fossem tratados como eu sou quando saio nas ruas”, ressaltou.

O presidente eleito também chegou a fazer um apelo para evitar a “tristeza” de uma possível volta do PT ao poder. “Se tudo der errado, os senhores sabem quem voltará depois de mim, vai ser muito triste para o Brasil, apesar dos pesares”, afirmou. “É um apelo, uma palavra de amizade: vamos jogar juntos.” Em seguida, Bolsonaro voltou a pedir apoio da bancada do MDB em especial para votações de mudanças na legislação do trabalho.

Bolsonaro prometeu que “todos” os ministros irão conversar com os parlamentares. “Não vai existir um só pleito de parlamentar que não seja possível ser atendido, que não será atendido. Todos serão atendidos”, disse. “Nós temos a obrigação, entendo dessa forma, de mudar o destino do Brasil.”

Na tentativa de aparar arestas e se aproximar do MDB, Bolsonaro propôs um “entendimento”. “Não vai ser uma pessoa que vai mudar o destino da nossa nação, é um grupo de pessoas e grande parte deste grupo está presente aqui”, afirmou.

Bolsonaro defende parceria com os EUA
O presidente eleito destacou ainda que busca estreitar as relações comerciais com os Estados Unidos. “Vamos aprofundar o relacionamento”, disse. “Podemos ter uma grande parceria pela frente”, completou. “Havia uma certa tradição de não termos simpatia com os americanos”, afirmou, numa crítica a governos passados.”

Fonte: Gazeta do Povo

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