Itaú obriga bancários a trabalharem de graça em São Paulo

O banco que lucrou R$ 12 bilhões em seis meses obriga seus funcionários a participarem de reuniões após o horário do expediente e trabalharem aos sábados, sem pagar um centavo a mais por esse serviço extra. É o que denuncia um funcionário lotado no centro administrativo Itaú BBA localizado na Avenida Faria Lima em São Paulo.

“Todos os funcionários do nosso setor são obrigados a participar de uma reunião que acontece duas vezes por mês, das 18h às 19h30, fora do nosso horário de expediente. E não ganhamos hora extra por isso. Somos obrigados a bater o ponto e depois ir para a reunião”, denuncia o funcionário da área comercial e operacional do BBA Faria Lima. “Na ultima sexta feira [2 de junho] tivemos um treinamento fora da unidade de trabalho. A reunião foi até às 21h e o banco não pagou hora extra, nem adicional noturno. O mesmo aconteceu no sábado [3 de junho]. Trabalhamos das 8h às 17h, sem pagamento de hora extra. Nem transporte foi pago.”

A legislação trabalhista estabelece que a jornada normal de trabalho é de oito horas diárias, ou 44 horas semanais, acrescida de duas horas extras diárias, no máximo.

Os bancários conquistaram, ao lado do Sindicato, a jornada de seis horas diárias de trabalho, ainda em 1933, e os sábados de descanso, nos anos 1960. Tanto que, quando acionada, é recorrente a Justiça sentenciar como extras as duas horas a mais da jornada de oito horas que praticamente todo bancário cumpre.

Entretanto, a reforma trabalhista, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por Michel Temer em julho, possibilitará a extensão da jornada diária para além de 10 horas diárias (oito normais e duas extras), observado o limite semanal de 44 horas. A nova lei valerá a partir de novembro.

Fonte: Seeb SP

Arte: Freepik

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